Exército aumentou em 11 vezes a distribuição de cloroquina em 2020

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O Laboratório Químico Farmacêutico do Exército distribuiu em 2020 mais de 11 vezes a quantidade de comprimidos de cloroquina a hospitais militares e secretarias de Saúde estaduais e municipais do que fez nas distribuições de 2018 e 2019.

Por Ana Flor | G1

A utilização do medicamento para tratamento da Covid, doença para a qual é comprovadamente ineficaz, é o motivo do aumento exponencial da produção e distribuição.

Cloroquina do Exército — Foto: Reprodução/Globonews

Segundo documento enviado pelo Comando do Exército à CPI da Covid e obtido com exclusividade pelo blog, em 2020 foram distribuídos 2.931.820 comprimidos de cloroquina 150 mg.

O número chama a atenção quando comparado à produção e distribuição nos anos anteriores.

O mesmo documento mostra que a quantidade distribuída em 2018, de 259.470 comprimidos, foi produzida em 2017 e foi “suficiente para atender a demanda dos anos de 2018 e 2019”, conforme explica o Comando do Exército.

As informações oficiais do Exército demonstram como o Laboratório do Exército foi demandado pelo governo federal para a produção do medicamento para o tratamento da Covid-19.

Em outro trecho do documento, é informada que a distribuição e produção foi determinada pelo Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde e que atendeu a uma nota informativa do ministério que orientava o uso da cloroquina como “terapia adjuvante no tratamento de formas graves da Covid-19". A nota também "determinou a distribuição imediata do fármaco”.

O laboratório já produz a cloroquina para tratamento da malária. O que fica claro no documento foi a ampliação da produção para o uso em doentes de Covid e distribuição a mais de 150 secretarias estaduais e municipais de saúde.

Para a produção de 3,2 milhões de comprimidos em 2020, o Laboratório do Exército utilizou matéria prima que havia sido comprada para garantir a fabricação do medicamento para 2021.

Outro dado que consta no documento é o de que em anos anteriores a 2020, o primeiro da pandemia, não havia distribuição dessa produção a órgãos de saúde de estados e municípios.

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