Por Ana Flor | G1
A utilização do medicamento para tratamento da Covid, doença para a qual é comprovadamente ineficaz, é o motivo do aumento exponencial da produção e distribuição.
Cloroquina do Exército — Foto: Reprodução/Globonews |
Segundo documento enviado pelo Comando do Exército à CPI da Covid e obtido com exclusividade pelo blog, em 2020 foram distribuídos 2.931.820 comprimidos de cloroquina 150 mg.
O número chama a atenção quando comparado à produção e distribuição nos anos anteriores.
O mesmo documento mostra que a quantidade distribuída em 2018, de 259.470 comprimidos, foi produzida em 2017 e foi “suficiente para atender a demanda dos anos de 2018 e 2019”, conforme explica o Comando do Exército.
As informações oficiais do Exército demonstram como o Laboratório do Exército foi demandado pelo governo federal para a produção do medicamento para o tratamento da Covid-19.
Em outro trecho do documento, é informada que a distribuição e produção foi determinada pelo Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde e que atendeu a uma nota informativa do ministério que orientava o uso da cloroquina como “terapia adjuvante no tratamento de formas graves da Covid-19". A nota também "determinou a distribuição imediata do fármaco”.
O laboratório já produz a cloroquina para tratamento da malária. O que fica claro no documento foi a ampliação da produção para o uso em doentes de Covid e distribuição a mais de 150 secretarias estaduais e municipais de saúde.
Para a produção de 3,2 milhões de comprimidos em 2020, o Laboratório do Exército utilizou matéria prima que havia sido comprada para garantir a fabricação do medicamento para 2021.
Outro dado que consta no documento é o de que em anos anteriores a 2020, o primeiro da pandemia, não havia distribuição dessa produção a órgãos de saúde de estados e municípios.