Deutsch Welle
Novas revelações, feitas neste domingo (30/05), sobre o escândalo de espionagem de líderes europeus comprometem a Dinamarca, cujo serviço secreto Forsvarets Efterretningstjeneste (FE) teria contribuído para a espionagem de países aliados.
Telefone de Merkel foi um dos alvos da NSA, com ajuda dinamarquesa © picture-alliance/dpa/R. Jensen |
Segundo o jornal alemão Süddeutsche Zeitung e as emissoras públicas NDR e WDR, o serviço secreto dinamarquês ajudou a Agência de Segurança Nacional (NSA) a realizar escutas nos celulares da chanceler federal Angela Merkel e do então ministro do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, atual presidente da Alemanha.
O escândalo sobre as escutas da NSA foi divulgado em 2013, no âmbito das revelações do ex-analista da agência Edward Snowden, e afetou as relações entre a Alemanha e os Estados Unidos, dois aliados transatlânticos.
Na época, Merkel fez questão de expressar o seu descontentamento ao então presidente Barack Obama, considerando inaceitável a espionagem entre aliados.
De acordo com as informações agora reveladas, o governo da Dinamarca está ciente das atividades desde 2015. O Forsvarets Efterretningstjeneste cooperou com os Estados Unidos e permitiu que a NSA utilizasse uma de suas estações de escuta, afirmam os jornais e emissoras.
A ajuda dinamarquesa tornou possível, para a NSA, realizar escutas não apenas no telefone de Merkel como também nos de líderes de outros países nórdicos, como a Suécia e a Noruega.
Além da espionagem de aliados, o serviço secreto dinamarquês teria ajudado os americanos a espionarem o próprio governo dinamarquês, incluindo o Ministério do Exterior e o das Finanças.
A reportagem na imprensa europeia, feita em parceria com a emissora dinamarquesa DR, tem como fonte principal o Relatório secreto Dunhammer, produzido em 2015 pelo governo da Dinamarca para avaliar a cooperação entre o seu serviço secreto e a NSA entre os anos de 2012 e 2014.