France Presse
“O massacre continua hoje”, disse Antonio Guterres ao iniciar uma sessão virtual de emergência do Conselho, que paralelamente negocia uma declaração que por enquanto não tem o apoio dos Estados Unidos.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres © Michael Sohn |
“Este ciclo insensato de derramamento de sangue, de terror, de destruição, deve parar imediatamente”, afirmou o chefe da ONU durante a reunião, a primeira e a terceira desde segunda-feira, organizada a pedido da China, Noruega e Tunísia.
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad Al-Maliki, denunciou a "agressão" de Israel contra o "povo" palestino e seus "lugares sagrados".
O embaixador israelense nos Estados Unidos e na ONU, Gilad Erdan, acusou o movimento palestino Hamas de ter "premeditado" uma guerra com Israel e de querer "tomar o poder na Cisjordânia".
Segundo diplomatas, o Conselho está negociando uma declaração, mas o apoio dos Estados Unidos continua incerto.
Até agora, Washington optou por esforços diplomáticos para alcançar um cessar-fogo e considera que uma declaração do Conselho seria "contraproducente".
"Os Estados Unidos disseram claramente que estão preparados para dar seu apoio e bons ofícios caso as partes busquem um cessar-fogo", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, na sessão. "Israelenses e palestinos têm o mesmo direito de viver em segurança", acrescentou.
Essa posição de privilegiar a diplomacia não é compartilhada pela maioria do Conselho, especialmente os aliados tradicionais de Washington. A China lamentou a "obstrução" dos EUA a uma declaração e instou o Conselho a "agir" para encerrar as hostilidades.
- Apelo incisivo -
Guterres fez um apelo incisivo: "Os confrontos devem parar imediatamente" porque "eles podem levar israelenses e palestinos a uma espiral de violência com consequências devastadoras para as duas comunidades e para toda a região".
A violência "tem o potencial de desencadear uma crise humanitária e de segurança incontrolável e de estimular ainda mais o extremismo, não apenas nos territórios palestinos ocupados e em Israel, mas em toda a região", acrescentou.
Riyad Al-Maliki disse por sua vez que "alguns não querem usar essas palavras - crimes de guerra e crimes contra a humanidade - mas eles sabem que é a verdade."
"Israel é implacável e implacável em sua política colonial", disse ele, conclamando o Conselho de Segurança "a agir para impedir o ataque" contra os palestinos.
“Quantos palestinos terão que morrer antes que haja uma condenação?”, questionou o ministro.
“Em que momento vão ficar escandalizados?”, acrescentou, aludindo à recusa dos Estados Unidos em aprovar uma declaração.
Gilad Erdan disse que “o Hamas optou por acelerar as tensões, usando-as como pretexto, para iniciar esta guerra”.
Não há “justificativa para o lançamento indiscriminado de foguetes contra a população civil”, acrescentou, afirmando que os palestinos “usam escudos humanos” aumentando o número de vítimas civis.
Edran - que celebrou o apoio dado a seu país por Washington - pediu ao Conselho de Segurança que condene os ataques com foguetes e disse que o Estado hebreu "não tinha outra opção" a não ser retaliar os ataques palestinos para detê-los.