Núria Saldanha, Renan de Souza e Zeinab Bazzi | CNN, em Washington e em São Paulo
Ataques a bomba, muita tensão e pedidos de paz marcaram os últimos dias na região da Faixa de Gaza, com o acirramento dos conflitos entre Israel e os palestinos. Nos dois lados, o anseio pelo fim dos ataques esbarra nas opiniões sobre as soluções a serem adotadas e sobre o papel na região de movimentos como o Hamas.
Ataques a bomba, muita tensão e pedidos de paz marcaram os últimos dias na região da Faixa de Gaza, com o acirramento dos conflitos entre Israel e os palestinos. Nos dois lados, o anseio pelo fim dos ataques esbarra nas opiniões sobre as soluções a serem adotadas e sobre o papel na região de movimentos como o Hamas.
Palestinos se reúnem perto de casas destruídas por ataques aéreos e de artilharia de Israel no norte da Faixa de Gaza | Foto: Mohammed Salem/Reuters |
Israel bombardeou neste sábado (15) o prédio onde ficavam escritórios de veículos internacionais de imprensa, como a Associated Press e a Al Jazeera. Um produtor da CNN e palestinos que estão no território relatam que as últimas horas foram as mais intensas até aqui.
"Cada momento recebemos um ataque novo. E as pessoas estão com medo", afirmou Basel Anbar, morador da Faixa de Gaza, à CNN. Enquanto Anbar conversava com a reportagem, mais de um som de bombardeio foi ouvido ao fundo da conversa.
Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que milhares de pessoas da Palestina precisaram recorrer a postos da entidade em busca de abrigo. Autor de uma publicação com um prédio desmoronado na região, Yousef Hammash fez um apelo pela pacificação.
"Nós merecemos uma vida melhor como seres humanos, não me importa se a solução vai ser de um ou dois estados. Eu só quero viver", disse Hammash à CNN internacional. Israel diz ter matado entre 80 e 90 militantes palestinos até agora.
Entenda o conflito
Autoridades de todo o mundo têm apelado por um cessar-fogo, mas os pleitos não surtiram efeito até o momento. As divergências entre israelenses e palestinos seguem irreconciliáveis e os civis, de ambos os lados, são os mais prejudicados.
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, afirmou à CNN que "os foguetes não solucionam o problema". "A solução entre Palestina e Israel é o reconhecimento mútuo, o respeito mútuo e deixar viver em paz. Eu não fico feliz vendo os israelenses vivendo em refúgio, mas eu não fico feliz que os palestinos em Gaza não têm onde morar", afirma Alzeben.
"A solução entre Palestina e Israel é o reconhecimento mútuo, o respeito mútuo e deixar viver em paz" Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no BrasilDo ponto de vista de Israel, o conflito opõe um estado democrático, o israelense, e o grupo islâmico Hamas, não a Palestina como um todo.
"É importante enfatizar que não é um conflito entre Israel e os palestinos ou a Autoridade Palestina. É um conflito de Israel com o Hamas e o Jihad Islâmico", diz David Atar, encarregado de negócios da embaixada de Israel.
"Não é um conflito entre Israel e os palestinos ou a Autoridade Palestina. É um conflito de Israel com o Hamas e o Jihad Islâmico" David Atar, encarregado de negócios da Embaixada de IsraelOs palestinos veem o Hamas como um movimento de resistência. "O único que temos para nos defender ou, pelo menos, responder a esses ataques, porque o mundo inteiro está em silêncio e não está defendendo nosso direito de viver em paz", diz Basel Anbar.
Neste sábado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a ofensiva contra Gaza não acabou. “Ainda estamos no meio dessa operação, ainda não acabou e essa operação continuará pelo tempo que for necessário”.