Uta Steinwehr | Deutsch Welle
Desde o início da mais recente escalada de violência entre israelenses e palestinos, veem-se nas redes sociais centenas de milhares de vídeos supostamente mostrando a eficácia do sistema antimísseis israelense Iron Dome (Domo de Ferro).
Sistema israelense intercepta foguete proveniente da Faixa de Gaza na noite de 11/05/2021 |
As imagens se concentram em especial no ataque contra Tel Aviv, na noite de terça-feira para quarta-feira (11-12/05): sirenes uivam; dezenas de bolas luminosas zumbem pelo ar no céu noturno e, de repente, brilham forte, e ouvem-se explosões. E por enquanto o perigo para a população está afastado.
Sistema de três elementos
Louvado como "seguro de vida para Israel", o sistema consiste de uma unidade de radar e um centro de controle, com a capacidade de reconhecer, logo após seu lançamento, projéteis – por exemplo, foguetes – que se aproximem voando, e de calcular sua trajetória e alvo. O processo leva apenas segundos. E tem mesmo que ser rápido, pois, dependendo da distância em relação à Faixa de Gaza, só restam aos israelenses de 15 a 90 segundos para se proteger de um foguete em pleno voo.
O terceiro elemento são baterias para lançamento de mísseis. Cada sistema possui três ou quatro delas, com lugar para 20 projéteis de defesa, os quais só são disparados quando está claro que um disparo se direciona a uma área habitada. Eles não atingem o foguete inimigo diretamente, mas explodem em sua proximidade, destruindo-o. No entanto, a consequente queda de destroços ainda pode causar danos.
Os dez sistemas atualmente operacionais em Israel são móveis, podendo ser deslocados segundo a necessidade. Segundo a fabricante, a empresa armamentista estatal Rafael Advanced Defence Systems, uma única bateria é capaz de proteger uma cidade de tamanho médio.
90% de êxito, custos altos
O "Domo de Ferro" é especializado na neutralização de projéteis de curto alcance. Como cada unidade age num raio de até 70 quilômetros, seriam necessárias 13 delas para garantir a segurança de todo o país. No entanto Israel utiliza também outros sistemas de defesa.
Segundo declarou à agência AFP o diretor da organização antimísseis israelense, Moshe Patel, nos últimos dez anos, até janeiro de 2021, o Domo de Ferro interceptou mais de 2.400 disparos. Por sua vez, a fabricante cita um total de mais de 2.500 operações bem-sucedidas, e uma quota de êxito de 90%.
"Cada foguete interceptado teria atingido uma área habitada, potencialmente gerando danos e vítimas", consta do website das Forças Armadas de Israel.
Segundo as Forças Armadas, durante a atual escalada foram disparados contra o país mais de mil projéteis, dos quais, contudo 200 teriam caído no próprio território palestino da Faixa de Gaza. Aparentemente a organização radical islâmica Hamas aposta na estratégia de lançar rápidas salvas consecutivas, de forma a testar o Domo de Ferro ou até forçá-lo a seus limite.
Cada disparo da bateria do Domo de Ferro custa o equivalente a 66 mil euros, motivo por que só são interceptados os projéteis que cairiam em áreas habitadas. Os Estados Unidos, que apoiaram financeiramente o desenvolvimento do Domo de Ferro, já compraram dois sistemas para sua própria defesa.