France Presse
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, pediu a Bruxelas que suspensa as sanções contra autoridades chinesas, acusadas de participarem da repressão aos muçulmanos uigures em Xinjiang, no noroeste do país.
O porta-voz do ministro chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian, afirma que sanções de Pequim foram 'resposta necessária e justificada' © GREG BAKER |
Estas sanções foram seguidas de outras medidas impostas pela China contra eurodeputados.
"Sanções e confrontação não resolverão nada", disse Zhao. "Quem causou o problema é que deve resolvê-lo", completou.
Por meio de uma resolução aprovada na quinta-feira (20) por ampla maioria (599 votos a favor, 30 contra e 58 abstenções), o Parlamento europeu condicionou a análise do acordo sobre investimentos ao levantamento de sanções por parte da China.
Além disso, advertiu que a situação das liberdades na China influenciará o eventual estudo do acordo e mencionou a intervenção do regime comunista no território autônomo de Hong Kong.
"O Parlamento levará em consideração a situação dos direitos humanos na China, incluindo Hong Kong, quando lhe for solicitado que aprove este acordo", afirmaram os legisladores.
Responsável pela política comercial dos 27 Estados-membros da UE, a Comissão Europeia fechou com Pequim um acordo sobre investimentos no final de 2020. Este texto ficou bloqueado durante anos.
Em março, porém, a UE impôs sanções à China, devido à situação em Xinjiang, onde mais de um milhão de muçulmanos foram levados para centros de reeducação política, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.
Pequim retaliou, estabelecendo sanções contra vários parlamentares europeus, contra professores universitários e contra o centro de estudos alemão Merics.
Neste contexto, o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse à AFP, no início de maio, que os "esforços" de sua equipe para obter a ratificação do acordo de investimento haviam sido "suspensos".
O porta-voz do governo chinês considerou que o acordo sobre investimentos é "equilibrado e mutuamente benéfico".
"Não se trata de nenhum favor feito por uma parte para a outra", frisou.