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A China criticou um discurso de Mike Pezzullo, secretário de Assuntos Internos da Austrália, como "extremamente irresponsável", depois que ele advertiu que Camberra deveria estar pronta para um potencial conflito militar na região.
Pezzullo fez um discurso no domingo (25), Dia de Anzac, que homenageia os soldados da Austrália e Nova Zelândia que morreram em serviço, avisando que "em um mundo de tensão e medo perpétuos, os tambores de guerra soam".
Mike Pezzullo, Secretário de Assuntos Internos da Austrália | Lukas Coch/AAP via AP |
"Continuemos a buscar incessantemente a oportunidade de paz e, ao mesmo tempo, nos preparemos mais uma vez para a maldição da guerra", disse ele, sem mencionar especificamente a China.
Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, comentou em entrevista coletiva na quarta-feira (29) as observações de Pezzullo, sublinhando que Pequim é uma promotora da paz e do desenvolvimento global.
"Alguns políticos individuais na Austrália, por seus interesses egoístas, estão interessados em fazer declarações que incitem ao confronto e aumentem a ameaça de guerra, o que é extremamente irresponsável."
O porta-voz também afirmou que a Austrália está sendo "mentirosa e imoral com sua falsa alegação de uma 'teoria da ameaça da China'", uma vez que se beneficiou da cooperação com a China.
"Instamos certos indivíduos na Austrália a se livrarem da mentalidade da Guerra Fria, a pararem de fazer comentários irresponsáveis e a agirem de maneiras que conduzam à paz e estabilidade regional, ao invés do contrário."
Mark McGowan, primeiro-ministro do estado de Austrália Ocidental, também não poupou as declarações de Pezzullo, apontando que comentários como "tambores de guerra estão batendo" são "totalmente desnecessários".
Bill Shorten, líder parlamentar da bancada trabalhista, também referiu que a linguagem de Pezzullo era inflamatória, chamando os comentários de "linguagem bastante hiperexcitada".
As relações sino-australianas têm aumentado de tensão desde que Scott Morrison, primeiro-ministro da Austrália, exortou Pequim em 2020 a permitir um estudo independente sobre as origens da COVID-19, provocando uma resposta de Pequim e sanções econômicas recíprocas.