Por Andrew Osborn em Moscou e Yoruk Isik em IstambulReuters
MOSCOU - O reforço naval coincide com um grande aumento das tropas russas na região próxima à Ucrânia, algo que Moscou classifica como exercício defensivo temporário, e segue uma escalada nos combates no leste da Ucrânia entre separatistas apoiados pela Rússia e as forças do governo ucraniano.
Navio de guerra russo navega pelo estreito de Bósforo em Istambul © Reuters/YORUK ISIK |
As relações entre Rússia e Washington, que cancelou o envio de dois de seus próprios navios de guerra ao Mar Negro na semana passada após protestos contundentes dos russos, estão em um nível preocupante no pós-Guerra Fria.
Moscou expulsou dez diplomatas americanos na sexta-feira em retaliação à expulsão do mesmo número de diplomatas russos nos Estados Unidos por suposta atividade maléfica.
A Rússia também restringiu temporariamente o movimento de navios de guerra estrangeiros "e outros navios estatais" perto da Crimeia, que o país anexou da Ucrânia em 2014, uma medida já condenada por Kiev e Washington.
Dois navios russos de desembarque anfíbio da classe Ropucha, da Frota do Norte da Rússia, capazes de transportar tanques e desembarcar blindados e tropas durante ataques costeiros, transitaram pelo Bósforo neste sábado, informou um repórter da Reuters em Istambul.
Mais reforços navais russos na forma de outros dois navios de desembarque, desta vez da Frota do Báltico, devem transitar em breve no Bósforo.
A agência de notícias RIA também informou neste sábado que 15 navios menores da frota russa do Cáspio concluíram sua transferência para o Mar Negro como parte de um exercício militar.
Em mais um sinal de aumento das tensões na região, um navio transportando caminhões e equipamentos de logística para as forças da OTAN na Romênia transitou pelo Bósforo na noite de sexta-feira, informou o mesmo repórter da Reuters.
Em São Petersburgo, o serviço de segurança secreta russo FSB deteve brevemente um diplomata ucraniano, disse o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia neste sábado.
A agência de notícias Interfax citou o FSB dizendo que Oleksandr Sosoniuk foi levado sob custódia quando tentava obter informações confidenciais de bancos de dados da polícia russa durante um encontro com um cidadão russo.