Sputnik
As Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram na quinta-feira (22) uma investigação sobre a razão de suas defesas aéreas, muitas vezes consideradas como sendo uma das melhores do mundo, não terem interceptado o míssil antiaéreo sírio, que entrou no espaço aéreo israelense e explodiu no meio do ar a cerca de 40 quilômetros do Centro de Pesquisa Nuclear Shimon Peres Negev, em Dimona.
"As FDI trabalharam para evitar um possível ataque a ativos críticos no Estado de Israel. Foi disparado para o ar um míssil modelo SA-5 de superfície, passando pela área. Houve uma tentativa de interceptá-lo, que não foi bem-sucedida. Ainda estamos investigando o evento", disse Benny Gantz, ministro da Defesa de Israel, a jornalistas em Tel Aviv, citado pelo jornal The Times of Israel.
Gantz pareceu surpreso com o fracasso em derrubar o míssil, dizendo que "normalmente vemos resultados diferentes".
Gantz pareceu surpreso com o fracasso em derrubar o míssil, dizendo que "normalmente vemos resultados diferentes".
SA-5 é o nome da OTAN para o S-200, um sistema de defesa antiaérea e de mísseis criado pela União Soviética, introduzido pela primeira vez no serviço do país no final dos anos 1960, e exportado para a Síria no início dos anos 1980, após escaramuças entre a Síria e Israel no o sul do Líbano, que as forças israelenses estavam ocupando ilegalmente na época.
A Síria é conhecida por ter oito regimentos S-200VE de longo alcance, com os mísseis tendo um alcance operacional de cerca de 300 quilômetros, e uma ogiva de 200 quilos. Oficiais e mídia sírios não comentaram o suposto lançamento do S-200 na direção de Israel.
As FDI confirmaram que o S-200 fez soar alarmes, e que a explosão do míssil foi sentida em Jerusalém, a cerca de 80 quilômetros de distância. Pedaços do projétil teriam caído na comunidade de Ashalim, a 40 quilômetros de Dimona.
O jornal The Jerusalem Post relatou na quinta-feira (22) que o míssil interceptor disparado sobre o S-200 pode ter sido um Patriot, mas os militares não confirmaram o interceptor usado.
Hidai Zilberman, porta-voz das FDI, indicou que os militares não acreditavam que o míssil tivesse deliberadamente como alvo a instalação nuclear de Israel.
Kenneth McKenzie, general e chefe do Comando Central dos EUA (USCENTCOM, na sigla em inglês), também disse que o Pentágono não acredita que o S-200 tivesse como alvo Dimona, mas afirmou falsamente que ele havia sido interceptado.
"Eles dispararam seus mísseis, os mísseis viraram balísticos, literalmente, e seguiram uma trajetória parabólica até Israel, onde foram interceptados. Não acredito que tenha sido um ataque intencional, mas apenas uma falta de capacidade por parte dos defensores aéreos sírios", comentou na quinta-feira (22) durante uma audiência do Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA.