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Após anúncio de Joe Biden realizado na quarta-feira (14) sobre a total retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão até 11 de setembro, Pequim pode considerar o envio de uma força de paz ao país se a conjuntura representar uma ameaça para a província chinesa de Xinjiang, que faz fronteira com Cabul, segundo o South China Morning Post.
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A retirada pode representar uma ameaça à segurança e à estabilidade do Afeganistão, o que poderia chegar a Xinjiang e atrapalhar os esforços de antiterrorismo da China, segundo a mídia.
Para Sun Qi, especialista em Relações Internacionais da Academia de Ciências Sociais de Xangai, as forças de segurança do governo afegão não são capazes de garantir a segurança no país, e a situação poderia se tornar caótica, fazendo com o que governo chinês envie tropas ao local.
"A situação no Afeganistão pode se tornar ainda mais caótica no futuro. O crime transfronteiriço, o tráfico de drogas e o contrabando de armas podem proliferar. Se a situação de segurança representar uma ameaça significativa, a China pode enviar tropas de manutenção da paz e assistência humanitária para a região, nos termos da Carta das Nações Unidas, para garantir a segurança e os interesses do povo e das empresas chinesas", disse Sun Qi citado pela mídia.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse na quinta-feira (15) que as tropas estrangeiras estacionadas no país deveriam se retirar de "maneira responsável e ordeira" para evitar que as forças terroristas aproveitem o caos.
"Os Estados Unidos são o maior fator externo que afeta a questão afegã. As decisões e ações relevantes dos EUA devem respeitar plenamente a soberania, independência e integridade territorial do Afeganistão, e assumir seriamente a responsabilidade pela manutenção dos resultados da paz e da reconstrução do país!", declarou o porta-voz citado pela mídia.
Para Sun Qi, a retirada das tropas norte-americanas pode ter uma segunda intenção: conter a China. Ao promover o reposicionamento das tropas, os EUA deslocariam sua atenção e seus militares da Ásia Central para região Ásia-Pacífico.
"A retirada do Afeganistão permite que os EUA aumentem sua presença militar na região Ásia-Pacífico e no oceano Índico, com o objetivo de conter a China, e assim, aumentar sua atividade militar no mar do Sul da China", acredita Sun Qi.
Na quarta-feira (14), o presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou que os EUA devem iniciar o cronograma de retirada de suas 2.500 tropas do Afeganistão no dia 1º de maio e terminar o processo em 11 de setembro, na mesma data em que ocorreu o atentado terrorista às Torres Gêmeas em Nova York há 20 anos.