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Em comentários ao portal Defence 24, o general aponta que a região de Kaliningrado, um enclave russo localizado entre a Polônia e a Lituânia, tem uma importância fundamental na estratégia política e militar da Moscou.
© AP Photo / Mindaugas Kulbis |
Ele denomina a região russa como um "portão que dá acesso ao mar Báltico e às planícies polonesas", através dos quais passa o caminho para a Europa Central e Ocidental.
O militar polonês chamou a atenção para o fato de que na referida região da Rússia estão posicionadas as principais forças da Frota do Báltico e as Tropas de Defesa de Kaliningrado (KOR, na sigla em russo).
Segundo ele, em caso de um conflito armado, estas forças terão que assegurar a superioridade na região do Báltico, tanto no ar como no mar. No entanto, devido à presença de tropas da OTAN no Báltico, as unidades de combate da KOR podem ser usadas para outro propósito.
"Uma possibilidade é [a KOR] bloquear as unidades da OTAN e impedir que estas se desloquem por via terrestre, aérea e marítima para os Estados bálticos, bem como apoiar o 6º Exército russo que está estacionado logo atrás da fronteira oriental [destes Estados]", opina Skrzypczak.
O ex-comandante polonês considera pouco razoável a ideia de reforçar os países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) em caso de guerra e implantação nesta região de forças significativas da OTAN devido à vantagem esmagadora do "inimigo" em comparação com as forças pouco significativas da Aliança Atlântica na Europa Oriental.
"O 6º Exército da Rússia, interagindo com Frota do Báltico, necessitarão de dois a quatro dias para tomar os Estados bálticos", considera Skrzypczak.
De acordo com ele, após a "conquista dos países bálticos" as principais operações podem se mover para a parte sul do mar Báltico, em direção à costa polonesa.
Por fim, o militar apelou para não sobrestimar o papel do chamado "corredor de Suwalki", uma estreita zona entre Kaliningrado e a Bielorrússia que, segundo ele, tem apenas importância tática.
Governador de Kaliningrado responde ao general polonês
Por sua vez, o governador da região de Kaliningrado, Anton Alikhanov, respondeu ao artigo do general Waldemar Skrzypczak.
O político russo observou, em entrevista ao jornal Komsomolskaya Pravda, que é difícil acusar a Rússia de comportamento agressivo em relação aos países bálticos.
"Só queremos que eles vivam em paz, que se desenvolvam. Os tanques da OTAN e os soldados dos EUA que, como sabemos, não se comportam muito bem neste tipo de missões com a população local, de fato, não lhes vão trazer felicidade", disse.
O governador aconselhou os Estados bálticos a se concentrarem no desenvolvimento econômico.