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"Em um conflito entre os poderes, a qual deles as FA [Forças Armadas] se submeterão? Com certeza, ficarão unidas e ao lado da nação, única detentora de sua lealdade. Que a liderança nacional tenha isso em mente".
© AP Photo / Andre Penner |
Foi com estas palavras que o general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva conclui seu texto publicado na noite de ontem (9) no site do Clube Militar.
O fato chama atenção porque acontece logo depois do general Eduardo José Barbosa, presidente do Clube Militar, criticar a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, de anular as condenações do ex-presidente Lula.
O autor da nova mensagem é o general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva, alocado no ministério de Damares Alves, autor do prefácio da biografia de Carlos Alberto Brilhante Ustra.
Luiz Eduardo Rocha fez diversas críticas ao STF e ao ex-presidente Lula, e disse que "o STF feriu de morte o equilíbrio dos poderes, um dos pilares do regime democrático e da paz política e social".
Segundo ele, "a continuar esse rumo, chegaremos ao ponto de ruptura institucional e, nessa hora, as Forças Armadas (FA) serão chamadas pelos próprios poderes da União, como reza a Constituição".
"A nefasta decisão do Ministro Fachin, livrando Lula de suas condenações foi uma bofetada na cara (desculpem a expressão) da nação brasileira", afirma o general, que é ex-comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). Ele também afirma que "a Alta Corte algemou o Executivo, comprometeu sua autoridade e vem colocando em risco a paz, a harmonia e a própria unidade nacional".
Parlamentares reagiram à carta
Com a repercussão do documento, diversos parlamentares foram às redes sociais condenar o teor intervencionista dos militares.
Além da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o deputado do PSOL Glauber Braga também falou sobre o assunto.