O Tempo com Estadão Conteúdo
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prestou depoimento nesta quinta-feira, 4, à Polícia Federal (PF), sobre o colapso na saúde em Manaus (AM). A investigação foi determinada pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). O general da ativa no recebeu os oficiais no Hotel de Trânsito de Oficiais (HTO), em Brasília.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prestou depoimento nesta quinta-feira, 4, à Polícia Federal (PF), sobre o colapso na saúde em Manaus (AM). A investigação foi determinada pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). O general da ativa no recebeu os oficiais no Hotel de Trânsito de Oficiais (HTO), em Brasília.
Pazuello vai prestar depoimento nesta quinta-feira | Ministério da Saúde / divulgação |
Segundo nota do Ministério da Saúde, o ministro detalhou aos investigadores todas as ações realizadas e as que estão em andamento no Amazonas para atender a população e combater a Covid-19.
Ainda segundo a pasta comandada por Pazuello, o ministro colocou-se à disposição da Polícia Federal para fornecer mais informações sempre que for necessário.
O inquérito foi aberto em 25 de janeiro e tem 60 dias para ser concluído. Lewandowski aponta que o objetivo é investigar se houve omissão no enfrentamento do colapso provocado pela falta de oxigênio hospitalar para atender pacientes internados com covid-19 em Manaus. Com estoques de cilindros zerados em algumas unidades de saúde, pessoas morreram por asfixia e outras precisaram ser transferidas para receber atendimento médico em outros Estados.
O gabinete do advogado-geral da União, José Levi, acompanha o caso de perto. Pazuello tem negado a omissão. O general já havia dito que 'fez tudo' para evitar a crise e que cabe ao Ministério da Saúde apenas apoiar as ações de prefeitos e governadores. O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Fizemos tudo o que tinha de fazer. Estamos fazendo e vamos continuar fazendo", disse Pazuello no último dia 18, em declaração à imprensa no Palácio do Planalto. Na mesma fala, o general negou a lentidão do governo federal para oferecer ajuda e culpou a imprensa: "Tudo é noticiado e apresentado diariamente Nada disso chega desta forma a nossa população", disse. "Essa é a nossa guerra. A guerra contra as pessoas que estão manipulando nosso país há muitos anos", completou.
Ida à Manaus
Dias após saber da falta de oxigênio, Pazuello foi a Manaus. A viagem do general, porém, ficou marcada pela defesa do uso de medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina e a hidroxicloroquina. Como mostrou o Estadão, Pazuello lançou no Amazonas o TrateCOV, aplicativo para médicos que, em tese, ajuda no diagnóstico da covid-19, mas indica o uso da cloroquina e outros medicamentos que são aposta de Bolsonaro contra a covid-19. Até recém-nascidos com dor de cabeça e fadiga recebiam esta indicação pelo programa. Em ofício à Secretaria de Saúde de Manaus, o ministério chegou afirmar que é "inadmissível" não prescrever antivirais contra a covid-19.