Por Alexandre Galante | Poder Naval
Um submarino nuclear e um navio de apoio da Marinha Francesa cruzaram esta terça-feira o mar do Sul da China, anunciou a ministra da Defesa de França, Florence Parly, desafiando as reivindicações territoriais de Pequim.
“Trata-se de uma prova notável da capacidade da nossa marinha de se deslocar para longe e por muito tempo, em colaboração com os nossos parceiros estratégicos australianos, americanos ou japoneses”, apontou.
A operação foi realizada pelo submarino nuclear de ataque “Emeraude” e o navio de apoio “Seine”.
Navios de guerra norte-americanos e chineses estão constantemente disputando posições no Mar do Sul da China, uma faixa de navegação vital na região Ásia Pacífico.
A China, cujo poder militar marítimo está em expansão, alega que grande parte do mar é seu e construiu várias ilhas artificiais equipadas com pistas, estações de radar e mísseis para reforçar a sua reivindicação, acusando os EUA, que regularmente patrulham as águas com meios aéreos, porta-aviões e outros navios de guerra, de se intrometerem numa disputa que é puramente asiática.
Vietnam, Filipinas, Taiwan, Malásia ou Brunei são outros dos países que disputam a jurisdição sobre ilhas e recife naquele território marítimo.
Os Estados Unidos têm defendido a “liberdade de navegação”, tornando esta área uma fonte potencial de conflito entre as duas grandes potências mundiais.
A França, aliada dos Estados Unidos, através da Organização Tratado Atlântico Norte, e que possui importantes zonas econômicas exclusivas no Pacífico, há vários anos considera que a zona Indo-Pacífico e a defesa da liberdade de navegação são também prioridades suas.
“O porquê desta missão? Enriquecer o nosso conhecimento nesta área e afirmar que o Direito internacional é a única regra válida, seja qual for o mar por onde navegamos”, enfatizou a ministra.
Essa patrulha também ocorre após a entrada em funções do novo presidente dos EUA, Joe Biden, que deve consolidar ou reafirmar certas alianças, abaladas nos últimos quatro anos pela presidência de Donald Trump.
Em abril de 2019, ocorreu um incidente naval entre navios chineses e a fragata francesa Vendemiaire, que navegava no estreito de Taiwan, outra área sensível para Pequim.
FONTE: Agência Lusa