Por Carlos Martins | AeroIn
O avião de transporte militar mais popular do mundo depois do DC-3 (C-47) é um dos maiores símbolos da FAB, com grande carinho da população após ser usado por décadas em missões de ajuda humanitária e transporte em geral. Também é um dos mais icônicos, pelo seu porte e presença nos eventos públicos da Força Aérea.
O avião de transporte militar mais popular do mundo depois do DC-3 (C-47) é um dos maiores símbolos da FAB, com grande carinho da população após ser usado por décadas em missões de ajuda humanitária e transporte em geral. Também é um dos mais icônicos, pelo seu porte e presença nos eventos públicos da Força Aérea.
C-130 Hércules | Sgt. Batista – FAB |
A primeira unidade foi recebida diretamente da fábrica em 1964, sendo um modelo C-130E, depois vieram as versões SC-130E de busca e salvamento marítima, os C-130H e os KC-130H, que são as versões de reabastecimento em voo do Hércules.
A homenagem ao filho de Zeus na mitologia grega não é atoa, o Hércules não nega serviço, é de fácil operação e tem muitas funções. Consegue pousar em pistas não pavimentadas na Amazônia e permitiu que o Brasil chegasse à Antártica com meios próprios.
Foram ao todo 29 exemplares, incluindo o C-130M, que é a versão modernizada dos últimos C-130H recebidos, tanto os novos quantos os usados que vieram da Aeronautica Militare italiana. O principal destaque dessa versão fica no cockpit, onde os famosos “reloginhos” que compõem os instrumentos analógicos foram substituídos por modernas telas de LCD.
Apesar de toda a robustez do avião, ele já apresenta a sua idade, é um projeto de 1950, que inclusive em algumas versões da FAB conta com uma pequena janela para navegação celestial, utilizando a posição das estrelas para determinar a sua posição e para aonde ir.
Dentre as missões mais memoráveis da história recente do Hércules estão a busca por destroços do Airbus A330 da Air France acidentado no voo AF447, assim como o resgate dos corpos do time da Chapecoense, resultado de um acidente aéreo na Colômbia.
O Adeus do Gordo
A informação da saída do Gordo, apelido do Hércules na FAB e nome do seu único esquadrão operacional hoje em dia, o 1º/1º GT – Grupo de Transporte, foi dada pelo Brigadeiro Valter Borges Malta, Presidente da Comissão Coordenação do Programa Aeronave de Combate, que trabalha com a aquisição e recebimento do caça Gripen.
Em entrevista ao Correio Braziliense, o Brigadeiro afirma que existem hoje na FAB um total de 22 Hércules, mas apenas uma parte dela está voando. Segundo o AEROIN apurou, seriam apenas sete aeronaves em operação, sendo dois KC-130. Eles estão sendo substituídos pelo Embraer KC-390, que foi desenhado a partir do pedido da FAB pela fabricante brasileira, visando exatamente substituir o C-130.
Em 2023, segundo o último cronograma de entregas do KC-390, estarão em operação em torno de 14 novos jatos da Embraer, folga suficiente para que o Hércules se aposente sem comprometer a capacidade atual da FAB, contando também que uma parte destes KC-390 estarão em revisão programada, como qualquer avião.
Hoje, o cronograma do KC-390 está atrasado, conta apenas com quatro aeronaves. O principal motivo foi o atraso de pagamentos da FAB para Embraer anos atrás, por restrições orçamentárias.
Segundo a programação original, o Brasil teria, até o final deste ano, em torno de 22 aeronaves KC-390 entregues, mas a FAB recebeu apenas 4 com previsão que termine o ano com 7 ou 8 unidades. Serão ao todo 28 jatos KC-390, com o último sendo entregue em 2026.