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O sistema de armas foi, supostamente, adquirido como parte de uma operação secreta que o transportou para uma base militar americana na Alemanha, com pelo menos algum apoio turco, uma vez que a Turquia tem maior presença na Líbia do que qualquer outro país-membro da OTAN. O Pantsir é um sistema de armas relativamente novo, estando em serviço das Forças Armadas russas desde 2012, explica o portal Military Watch.
Sistema de mísseis antiaéreos Pantsir-SM no polígono de Alabino © SPUTNIK / MIKHAIL VOSKRESENSKY |
O sistema em análise é valorizado por sua alta mobilidade e versatilidade, tendo já derrubado mais de 100 drones e, pelo menos, um caça tripulado enquanto se encontrava em missão em vários países.
Uma série de variantes mais avançadas do sistema Pantsir, como o Pantsir-SM, passaram também a fazer parte do arsenal militar de outros países, como a Argélia, tornando-se uma das principais operadoras deste sistema.
Estando já amplamente em uso por mais de uma dúzia de países, a obtenção de acesso a um modelo totalmente operacional para estudo será um recurso valioso para as Forças Armadas dos EUA e seus aliados ocidentais, escreve o portal.
Não é a primeira vez que os EUA embarcam em uma operação de tentar obter um exemplo de armamento avançado russo para estudo, através de países do Leste Europeu ou de países árabes.
Por exemplo, acredita-se que o sistema S-300PT de maior alcance tenha sido adquirido pelos EUA, e enviado para o continente americano para testes entre 2018 e 2019, com auxílio da Ucrânia, uma vez que herdou tais sistemas após o colapso da União Soviética. Os EUA também ganharam acesso aos mais recentes caças Su-27 e MiG-29 de quarta geração da Bielorrússia e da Moldávia, também depois do colapso soviético, e antes disso, também lhes foram fornecidos o caça MiG-23 e o sistema de defesa aérea 2K12 KuB pelo Egito, que também teriam sido entregues ao último pela URSS.
Deste modo, dá para concluir que a aquisição do sistema Pantsir está longe de ser a única vez em que a Líbia – bem como outros países da mesma região ou com laços com a caída União Soviética – servirá, involuntariamente, como fonte de armas soviéticas avançadas para serem estudadas pelos EUA.
O estudo dos sistemas de armas usados por possíveis adversários pode estar fornecendo aos EUA uma tática-chave para desenvolver medidas eficazes contra os mais modernos armamentos russos e ainda os soviéticos, e, desta maneira, moldar o desenvolvimento de futuros programas de armamento americanos.