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Autoridades de Seul informaram que o navio de guerra estará disponível para ajudar outros navios mercantes sul-coreanos a transitarem na área em segurança, mas sublinham que resolverão diplomaticamente a questão do petroleiro apreendido com autoridades de Teerã, reporta o portal The Drive.
Destróier ROKS Choi Young da Marinha da Coreia do Sul © AFP 2020 / YONHAP |
O Choi Young constitui, atualmente, o núcleo da unidade militar Cheonghae do país, que é composta por forças rotativas, principalmente para apoiar operações de combate à pirataria no Oriente Médio e no Sudeste Africano. Esta unidade também inclui um elemento especializado focado em operações de visita, embarque, busca e apreensão (VBSS, na sigla em inglês).
Como está equipado?
O navio de guerra em análise, que tem um deslocamento padrão de cerca de 4.400 toneladas, podendo deslocar até 5.520 toneladas com uma carga total de combate, é um navio de guerra multifuncional moderno.
Seu armamento primário é composto por sistemas de lançamento vertical Mk 41 (VLS, na sigla em inglês), tendo cada um dos destruidores com total de 64 células. Estes podem ser carregados com mísseis superfície-ar do Bloco IIIA Standard Missile 2, fabricados nos EUA, ou mísseis de cruzeiro de ataque terrestre Hyunmoo-3 concebidos pela Coreia do Sul, bem como o Foguete Antissubmarino Coreano (K-ASROC, na sigla em inglês), também conhecido como Red Shark (Tubarão Vermelho, na tradução), de acordo com o portal.
A embarcação também dispõe de dois lançadores de mísseis antinavio Harpoon de quatro tubos, um canhão principal de cinco polegadas, um lançador de mísseis RIM-116 e um sistema de armas de defesa próxima Goalkeeper de 30 mm. O destróier também conta com hangares e helipontos para suportar até dois helicópteros Lynx leves.
Ao todo, o Choi Young apresenta um meio de dissuasão muito eficaz contra qualquer potencial tentativa dos iranianos em apreender outros navios mercantes de bandeira sul-coreana de passagem pelo estreito de Ormuz, que liga o golfo Pérsico ao golfo de Omã.
Contudo, por enquanto, a Coreia do Sul diz estar trabalhando através das vias diplomáticas para liberar o petroleiro Hankuk Chemi e sua tripulação constituída por cinco sul-coreanos, 11 mianmarenses, dois indonésios e dois vietnamitas.
Diplomacia e conflitos
A embarcação sul-coreana, que viajava da Arábia Saudita para os Emirados Árabes Unidos, transportando mais de sete mil toneladas de produtos químicos derivados de petróleo, foi apreendida pelo Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês) no estreito de Ormuz, supostamente por alegações de poluição marinha de produtos químicos, de acordo com a agência Yonhap News.
Em uma tentativa de resolver o problema, "uma delegação [...] será enviada ao Irã o mais cedo possível para resolver o assunto, por meio de negociações bilaterais com o lado iraniano", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Choi Young-sam, em uma coletiva de imprensa, mencionada no artigo.
A delegação será chefiada por Koh Kyung-sok, diretor-geral do Ministério para Assuntos da África e do Oriente Médio, e deverá se dirigir para o Irã nesta quarta-feira (6). O primeiro vice-ministro das Relações Exteriores, Choi Jong Kun, também deverá abordar a questão quando for a Teerã no início da próxima semana, de acordo com o ministério, segundo fontes citadas pela mídia sul-coreana.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, também ordenou que o escritório presidencial de Segurança Nacional trabalhasse em estreita colaboração com organizações relacionadas à Segurança, incluindo agência de espionagem, para lidar com a situação, segundo o porta-voz do Cheong Wa Dae (residência oficial do chefe de Estado da Coreia do Sul), Kang Min-seok, conforme descrito no artigo.
O governo iraniano, por sua vez, negou que estivesse tomando o navio sul-coreano como refém, criticando Seul por congelar seus ativos com valor em cerca de US$ 7 bilhões (aproximadamente R$ 37 bilhões), informou a agência Reuters.