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Ao total, cerca de 73 palestinos, incluindo 41 crianças, moravam no local demolido na terça-feira (3) no Vale do Jordão, na Cisjordânia.
© AFP 2020 / JAAFAR ASHTIYEH |
Segundo o porta-voz da União Europeia, Peter Stano, a ação de Israel figura como "impedimento à solução de dois Estados", publicou o The Times of Israel a declaração do representante europeu.
"A União Europeia reitera seu apelo para Israel cessar tais demolições, incluindo de estruturas financiadas pela UE, em particular à luz do impacto humanitário da atual pandemia de coronavírus", disse Stano.
A condenação do ato de Israel também foi ecoada pela ONU.
Por sua vez, Israel afirma que a aldeia beduína foi construída ilegalmente em uma zona militar de exercício de tiro.
O local em questão, chamado de Khirbet Humsa, é uma das 38 comunidades beduínas em terrenos designados pelos militares israelenses para a condução de exercícios de fogo real.
O território havia recebido tal propósito por parte de Israel ainda em 1972, de acordo com arquivos do país.
Por sua vez, os residentes apelaram à Suprema Corte israelense para cancelar os planos de demolição da aldeia. Contudo, em 2019, o apelo foi rejeitado pelo órgão, que afirmou que os beduínos não tinham o direito de permanecerem no local.
Além disso, a Suprema Corte afirmou que a retirada dos moradores de Khirbet Humsa não poderia ser enquadrada na lei militar israelense que proíbe a expulsão de moradores permanentes de uma zona de tiro.
"Os apelantes não possuem direitos de propriedade reconhecidos nestas áreas. Eles são intrusos que usaram tais áreas para pastagem", declarou a corte israelense.
Os residentes contrariaram a decisão judicial afirmando que moram no local há décadas.
"Nós vamos começar de novo. Não podemos sair deste lugar. Eu cresci aqui, e meus filhos cresceram aqui, e agora meus netos. Isso é meu lar, e não há outro lugar para eu ir", disse à mídia o morador Yasir Abu al-Kabbash.