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A Agência de Cooperação de Segurança e Defesa (DSCA, na sigla em inglês), agência do Pentágono para gestão do programa de vendas militares estrangeiras, anunciou nesta terça-feira (3) a aprovação do potencial negócio de US$ 600 milhões (R$ 3,45 bilhões) pelo Departamento de Estado dos EUA.
Militares norte-americanos preparam um drone MQ-9 Reaper para exercícios de voo © CC BY 2.0 / FORÇA AÉREA DOS EUA / DRONE MQ-9 REAPER |
De acordo com DSCA, a venda incluirá quatro drones Reaper e quatro estações de controle terrestre para pilotá-los, duas estações móveis e duas estações fixas. Há também a compra de muitas peças de reposição para outros equipamentos. Os veículos aéreos não tripulados são construídos pela empresa norte-americana General Atomics.
"A capacidade impede ameaças regionais e vai reforçar a autodefesa do destinatário. O destinatário não terá dificuldades de integração deste sistema em suas Forças Armadas", afirmou DCSA. "A potencial venda do equipamento e apoio não alterará a balança militar básica na região."
No entanto, o acordo não é fechado até que os legisladores em Washington e Taipé o aprovem.
Quando a venda foi anunciada em agosto, Pequim denunciou que este acordo é uma violação do princípio Uma Só China. Pequim considera Taiwan sua província rebelde e acredita que a ajuda dos EUA a Taiwan é interferência nos assuntos internos da China.
Os Estados Unidos mudaram seu reconhecimento da legitimidade do governo chinês de Taiwan para a China em 1978, admitindo que a República Popular da China tinha derrotado a República da China e vencido a guerra civil em 1949.
A notícia surge depois de operadores dos drones MQ-9 Reaper da Força Aérea dos EUA terem sido flagrados com emblema no uniforme de um drone Reaper sobrevoando o que parece ser o mapa da China pintado de vermelho.
O jornal Global Times, operado pelo Partido Comunista da China, chamou este passo de "uma provocação extremamente arrogante", e acrescentou que a defesa antiaérea chinesa pode facilmente derrubar os drones.
Enquanto o governo de Taipé historicamente manteve a legitimidade do governo chinês desde 1912, a chegada ao poder da presidente taiwanesa Tsai Ing-wen em 2016 sinalizou uma mudança de atitude, com sua coligação do Partido Democrático Progressista sendo mais favorável a declaração de Taiwan como nação independente da China. Pequim afirmou que se isso acontecesse, haveria guerra.
A China tomará respostas legítimas e necessárias à luz de mudança de circunstâncias, anunciou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, de acordo com a agência Reuters.
Nos últimos meses, os EUA fecharam vários acordos com Taiwan, inclusive de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) para venda de mísseis de cruzeiro de longo alcance, de US$ 2,37 bilhões (R$ 13,6 bilhões) para venda de artilharia de foguetes e de US$ 8 bilhões (R$ 46 bilhões) para venda de caças-interceptadores avançado F-16V Viper.