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Pompeo chegou em Israel na quarta-feira (18) para uma visita de três dias. Além do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Pompeo tem encontros programados com Benny Gantz, ministro da Defesa israelense e Gabi Ashkenazi, ministro das Relações Exteriores.
Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, em coletiva de imprensa com Benjamin Netanyahu, premiê de Israel © REUTERS / MAYA ALLERUZZO |
Mike Pompeo, o secretário de Estado dos EUA, visitou as Colinas de Golã, tornando esta a primeira vez que um secretário de Estado norte-americano aparece no local.
Ele declarou que as Colinas de Golã "são uma parte de Israel e uma parte central de Israel", observando que Trump reconheceu "o fato básico" que os presidentes anteriores se recusaram a fazer.
"Lembro-me muito pouco tempo depois de ter sido cadete, fui oficial do Exército dos EUA [...] Era a moda nos salões da Europa e nas instituições de elite na América dizer que isto deveria ser devolvido à Síria. Imagine, imagine com [o presidente sírio Bashar] Assad no controle deste lugar, o risco, o prejuízo, para o Ocidente e para Israel e seu povo ", continuou, informa o Departamento de Estado dos EUA.
Pompeo explicou que ele "queria muito vir aqui nesta viagem para dizer ao mundo que temos o direito" de reconhecer a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã.
Na quinta-feira (19), Pompeo visitou os assentamentos judeus da Cisjordânia, bem como o vinhedo em que foi produzido um vinho nomeado em sua homenagem como parte da viagem.
Pompeo também anunciou que os EUA reconheceriam como israelenses todos os produtos provenientes dos assentamentos judeus na Cisjordânia, em uma tentativa de acabar com o boicote global a tais produtos, algo que caracterizou como "uma manifestação de antissemitismo".
Liga Árabe não dá boas-vindas
Ahmed Aboul Gheit, o secretário-geral da Liga Árabe, condenou na quinta-feira (19) a visita do diplomata norte-americano.
"Esta ação é uma violação flagrante da legitimidade internacional, e incentiva o governo israelense de direita a continuar a construção ilegal de assentamentos, considerado o maior obstáculo à paz com base na solução de dois Estados", disse, segundo o jornal Asharq Al-Awsat.
O funcionário acrescentou que a viagem de Mike Pompeo não mudaria o status internacionalmente reconhecido das terras palestinas.
Segundo Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, a visita de Pompeo foi "um flagrante desafio a todas as resoluções de legitimidade internacional". Ele também criticou a administração dos EUA por "participar ativamente da ocupação dos territórios palestinos".
"A medida da administração dos EUA de rotular os produtos importados dos assentamentos coloniais israelenses não legitimará os assentamentos, que desaparecerão mais cedo ou mais tarde", declarou, de acordo com a agência de notícias palestina WAFA.
O Conselho Nacional Palestino, o órgão legislativo da Organização de Libertação da Palestina, por sua vez, afirmou que se trata de um "precedente perigoso", que desafia uma resolução da ONU, a qual chamou as atividades dos assentamentos israelenses de obstáculo para a paz, refere a WAFA.
Territórios contestados
A administração Trump reconheceu a soberania israelense sobre as Colinas de Golã. O território ficou sob controle israelense durante a Guerra dos Seis Dias de 1967, e foi posteriormente declarado território israelense em 1981 sob a Lei das Colinas de Golã.
Israel planejava estender a soberania sobre outros 30% da Cisjordânia, de acordo com o plano do Oriente Médio dos EUA, e era planejado que o processo começasse em 1º de julho. No entanto, Telavive suspendeu seus planos depois que Washington o solicitou como parte de um acordo para normalizar as relações com os Emirados Árabes Unidos.