Sputnik
Mianmar encomendou um submarino de três mil toneladas INS Sindhuvir, rebatizando-o como UMS Min Ye Thein Kha Thu e chegando a implantá-lo durante o exercício Bandoola da Marinha.
O submarino de origem russa tem 31 anos, mas passou por uma extensa reforma e modernização no Estaleiro do Hindustão, em Visakhapatnam, no ano passado. O The Times Of India relatou que, em dezembro desse ano, todos os conveses foram liberados para que o submarino INS Sindhuvir pudesse ser comissionado, e os marinheiros birmaneses preparados para treinar nas complexas operações de combate subaquático, começando oficialmente os treinos de março a abril deste ano.
"A cooperação no domínio marítimo é parte do nosso envolvimento diversificado e aprimorado com Mianmar […] [e] está de acordo com nossa visão de Segurança e Crescimento para Todos na Região [SAGAR, da sigla em inglês], e também em linha com nosso compromisso de construir condições para autossuficiência em todos os nossos países vizinhos", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores indiano, Anurag Srivastava, citado pelo Times Of India.
A Índia já fornece uma grande variedade de hardwares e softwares militares para Mianmar, tais como aeronaves de patrulha marítima insulares, canhões navais, torpedos leves, radares, canhões leves de artilharia 105 mm, morteiros, dispositivos de visão noturna, lançadores de granadas e fuzis.
Naturalmente, a entrega do submarino em questão não passou despercebida dos olhares dos adversários da República da Índia.
A China também fornecerá um submarino da classe Yuan para a Tailândia em 2023, com mais dois seguidos. De igual modo, também vai fornecer ao Paquistão – que continua em disputas territoriais com a Índia – oito submarinos diesel-elétricos também da classe Yuan, com propulsão independente do ar para maior resistência subaquática, quatro fragatas furtivas multifuncionais Type 054A, e outras plataformas navais e armas em acordos avaliados em mais de US$ 7 bilhões (R$ 39 bilhões) a partir do próximo ano.
A Índia não se encontra em pé de igualdade com a China, tanto em termos de força econômica como em questões de defesa doméstica. Contudo, Nova Deli foi estabelecendo gradualmente laços militares com Mianmar, sendo o único país da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) com o qual a Índia compartilha território de cerca de 1.643 km, bem como uma fronteira marítima.
Exércitos militares, patrulhas navais coordenadas e comunicação militar são realizados com frequência entre Mianmar e Índia.
Os Exércitos dos dois países têm trabalho juntos na destruição de bases operacionais insurgentes, e na prisão de dezenas de militantes ao longo de suas fronteiras sob a Operação Amanhecer, realizada desde janeiro deste ano, conforme relatado anteriormente pelo The Times of India.
No contexto de tensões geopolíticas, um dos maiores trunfos consiste em estabelecer relações estáveis e cordeais com um ou mais aliados do adversário principal, e a Índia está ficando boa no jogo.