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A primeira questão ao ser colocada ao chanceler russo se tratava das eleições presidenciais nos EUA que vão acontecer em menos de dois meses, e a questão da "exclusividade" norte-americana na liderança global que é muitas vezes referida pela elite estadunidense independentemente de partidos. Quanta influência tem esta pauta na política externa dos EUA, em processos internacionais, bem como nas relações com aliados e parceiros, incluindo a Rússia.
"Já comentamos mais de uma vez que as tentativas [dos EUA] de se apresentarem como juízes do destino de toda a humanidade, desprovidos de pecados e melhores entendedores do que os outros já aconteceram antes na história, e não levaram a nada bom", comentou Lavrov.
"O importante [em questões de políticas internas] é obter o maior número possível de argumentos para vencer os seus rivais em campo polêmico, retórico e mediático. Em breve vão decorrer debates entre os principais candidatos dos Partidos Republicano e Democrata e a questão russa, intervenção da Rússia em assuntos internos dos EUA, ocupa um dos lugares dominantes", disse.
"O importante [em questões de políticas internas] é obter o maior número possível de argumentos para vencer os seus rivais em campo polêmico, retórico e mediático. Em breve vão decorrer debates entre os principais candidatos dos Partidos Republicano e Democrata e a questão russa, intervenção da Rússia em assuntos internos dos EUA, ocupa um dos lugares dominantes", disse.
Tentativas de redefinir direito internacional e fatos históricos preocupam Rússia
Em relação às manifestações que têm assolado os Estados Unidos e se transformaram em eventos ainda mais radicais, como a destruição de monumentos e alteração de fatos históricos, incluindo o papel da União Soviética na Segunda Guerra Mundial, Lavrov se mostrou preocupado.
"Está sendo observada uma agressão histórica destinada a redefinir os fundamentos contemporâneos do direito internacional, que foram determinados depois da Segunda Guerra Mundial em forma da ONU, e a destruir os princípios da Carta das Nações Unidas. Está sendo usado, antes de tudo, um argumento que é uma tentativa de colocar no mesmo quadro a União Soviética e a Alemanha nazista, os agressores e os vencedores dos agressores, os vencedores daqueles que tentaram escravizar a Europa e a maioria dos povos do nosso continente", lamentou o chanceler russo.
"Nos insultam ao declararem diretamente que a União Soviética tem mais culpa do que a Alemanha de Hitler pelo desencadeamento da Segunda Guerra Mundial. Em um formato resumido, o artigo do presidente Vladimir Putin contém claramente todos os nossos argumentos fundamentais e, com base nos documentos, demonstra de forma convincente a inutilidade, improdutividade e o caráter destrutivo destas tentativas de destruir os resultados da Segunda Guerra Mundial."
Cooperação que só cresce entre Rússia e países africanos
No Fórum Econômico Rússia-África, realizado na cidade russa de Sochi, foram assinados mais de 90 contratos de cooperação com países africanos. O chanceler russo esclareceu a que ritmo a Rússia está regressando ao cumprimento dos acordos assinados após a pandemia e quais destes projetos são prioritários.
"Após a cúpula, realizada em outubro do ano passado em Sochi, era visível o êxito da nossa política externa, que foi pontuado por todos os convidados africanos. Nós não pegamos nenhuma pausa, a pandemia alterou a forma de comunicação, mas continuamos trabalhando remotamente. Como se diz habitualmente, na política externa e na diplomacia isso também é possível", afirmou.
Além disso, o chanceler Lavrov ressaltou que a Rússia possui "muitos planos, e o trabalho [russo] é muito apreciado pelos colegas africanos".
"Aliás, no que diz respeito à pandemia, dezenas de países africanos receberam a nossa assistência no fornecimento de sistemas de testes, meios de proteção individual e medicamentos, e esta cooperação continua."
"Países africanos e uma série de nações asiáticas e latino-americanas expressam interesse para estabelecimento da produção da nossa vacina Sputnik V em seus territórios, e agora as nossas autoridades competentes, que tratam destas questões, estão avaliando os potenciais candidatos para o estabelecimento da produção, pois, obviamente, a vacina será necessária em grandes quantidades", notou Lavrov.