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Benjamin Cavender, diretor do Grupo de Pesquisa do Mercado da China em Xangai, avisou sobre possíveis retaliações provenientes de Pequim à repressão do aplicativo de vídeos TikTok.
Nas próximas semanas, Cavender sugeriu que a China "pode tomar medidas que visem prejudicar os interesses tecnológicos dos EUA", o que "pode significar dificultar a venda de softwares de companhias americanas na China, mesmo marcas como a Apple".
Cavender adicionou que "até agora, a China ainda não tomou medidas drásticas, mas a retaliação vai depender das ações que sejam tomadas contra companhias chinesas pela administração Trump".
Cavender adicionou que "até agora, a China ainda não tomou medidas drásticas, mas a retaliação vai depender das ações que sejam tomadas contra companhias chinesas pela administração Trump".
"A curto prazo, talvez isso não tenha impacto direto em ambas as economias, mas é mais uma ação que poderia degradar ainda mais as relações comerciais. Neste caso, é provável que observemos uma separação contínua das indústrias tecnológicas da China e dos EUA, em detrimento das ambições globalistas de ambos", argumentou o analista em entrevista à Sputnik.
O mesmo foi repetido por Michael R. Englund, diretor-geral e economista-chefe da Action Economics, que afirmou que Pequim pode "responder facilmente" às ações da administração Trump contra o TikTok "com retaliação", mesmo sabendo que a China "encara sempre uma situação problemática em qualquer escalada comercial".
Englund insistiu que a melhor estratégia da China em situações similares é "responder simbolicamente, de um modo que não resulte no escalar de tensões da parte dos EUA, como norte-americanos tipicamente têm feito nos últimos três anos de conflitos comerciais".
O analista adicionou que, em termos de impactos econômicos, "os EUA podem 'seguir' sem TikTok e WeChat, apesar da insatisfação de adolescentes".
"O produto em causa não contribui produtiva ou essencialmente, contrariamente ao caso com ações contra [a gigante tecnológica chinesa] Huawei. O único 'custo' para os EUA seria o impacto refletido em qualquer possível retaliação contra uma companhia americana", concluiu.
As observações surgem após o presidente Trump ter declarado na segunda-feira (21) que as companhias americanas Oracle e Walmart deveriam ter "controle total" sobre o TikTok, e se não o controlassem plenamente, não haveria acordo.
No sábado (19), Trump contou a repórteres ter apoiado o acordo entre a dona do TikTok, ByteDance, e as empresas norte-americanas Oracle e Walmart para a criação de uma nova companhia que assumiria as operações do TikTok nos EUA.
Após a declaração de Trump, o Departamento de Comércio dos EUA anunciou prorrogação do bloqueio do TikTok em solo norte-americano para 27 de setembro.
Em agosto, Donald Trump deu ultimato até 12 de novembro para a ByteDance fechar parceria com empresa norte-americana ou então aplicativo TikTok seria proibido nos Estados Unidos. Desde então, o TikTok e a ByteDance assinaram duas ações judiciais contra a administração Trump. O presidente dos Estados Unidos acusou repetidamente a aplicativo chinês de fornecer dados pessoais de cidadãos americanos a Pequim, acusações que o TikTok e o governo chinês negam.
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