France Presse
A tensão nas relações entre Pequim e Washington tem aumentado nos últimos meses, devido a questões como a situação das liberdades públicas em Hong Kong, o tratamento dado pelo governo chinês à minoria uigur, covid-19, relações comerciais, ou o aplicativo TikTok.
Subsecretário de Estado para o Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos Estados Unidos, Keith Krach, chega a Taiwan, em 17 de setembro de 2020 © Pei Chen |
A China continental (liderada pelo Partido Comunista) e a ilha de Taiwan (refúgio do Exército nacionalista chinês após a guerra civil de 1949) foram administradas por dois regimes diferentes por mais de 70 anos.
A ilha é considerada como território chinês por Pequim. E, por isso, o governo chinês se opõe a qualquer visita de líderes estrangeiros a Taipei.
O subsecretário de Estado para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente, Keith Krach, chegou a Taiwan na quinta-feira. Ele deve participar de uma cerimônia em homenagem ao falecido presidente Lee Teng-hui, que acontece neste sábado (19).
"Hoje, o Exército iniciou exercícios de combate militar perto do estreito de Taiwan", que separa a ilha do continente, disse o porta-voz do Ministério chinês da Defesa, Ren Guoqiang, em entrevista coletiva.
"É uma operação legítima e necessária para garantir a soberania e a integridade territorial da China, e realizada em resposta à situação atual no Estreito de Taiwan", justificou.
Na Guiana, um pequeno país sul-americano onde está de visita, o secretário de Estado americano Mike Pompeo reagiu duramente e desaprovou a "fanfarrice militar" da China.
O Exército chinês realiza manobras militares com frequência, mas costuma afirmar que não se dirigem a qualquer país específico. O fato de que, desta vez, tenha-se mencionado o território mostra a firmeza da mensagem.
"Aqueles que brincam com fogo vão acabar se queimando", alertou Ren Guoqiang, que denunciou a intenção de Washington de "jogar a carta de Taiwan para conter a China" e criticou Taiwan por querer "obter a ajuda de estrangeiros".
"Não vamos tolerar nenhuma interferência estrangeira", insistiu.
A viagem de Keith Krach ocorre apenas um mês após a visita à ilha do secretário americano da Saúde, Alex Azar. Nesta viagem, ele destacou a gestão taiwanesa da pandemia da covid-19, elogiada internacionalmente.