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Nesta quinta-feira (24), o primeiro Gripen adquirido pelas Forças Armadas levantou voo no espaço aéreo brasileiro. A aeronave decolou do aeroporto de Navegantes, em Santa Catarina, com destino a Gavião Peixoto, em São Paulo, onde pousou no Centro de Ensaios em Voo do Gripen.
F-39 Gripen © Folhapress / iShoot |
Segundo Pedro Paulo Rezende, jornalista especializado em relações internacionais e assuntos militares, o modelo é um avião moderno e que pode ser utilizado para vários tipos de missões.
"O Gripen, a exemplo de todos os caças modernos, é um avião multimissão", disse o especialista.
Missões de ataque, vigilância e intercepção
Rezende explica que a aeronave pode "servir para missões de ataque ao solo, de vigilância do espaço aéreo e para interceptação".
"Hoje em dia não se faz um avião de combate para uma missão especializada", acrescentou.
A despeito de sua modernidade, o Gripen fará parte de uma frota que vive hoje uma situação de "penúria", segundo o analista.
"A Força Aérea Brasileira está em situação de completa penúria", alertou Rezende.
Caças F-5 com 'sérios problemas de manutenção'
De acordo o especialista, "20% da frota" de caças F5 E/M "têm sérios problemas de manutenção em função da fadiga estrutural".
"Nós temos caças F5 E/M, entre eles o primeiro caça fabricado desse modelo, boa parte desse lote com problemas seríssimos de manutenção. Aviões que compramos de segunda mão dos Estados Unidos", afirmou Rezende.
Além disso, outra aeronave que a FAB utiliza, o AMX, é um caça mais antigo, que não consegue desempenhar várias funções como o Gripen.
"Temos também o A1M, conhecido como AMX, que é um lote insuficiente, um avião de ataque ao solo, que não pode fazer missões de proteção ao espaço aéreo, nem equipado com míssil para isso está", disse o jornalista.
Brasil adquiriu 36 Gripen
O caça F-39 Gripen E chegou no Brasil de navio, no dia 20 de setembro, no porto de Navegantes. Dois dias depois, o caça foi rebocado para o aeroporto da cidade catarinense.
A compra dos caças suecos F-39 Gripen E/F, desenvolvidos pela empresa Saab, faz parte de acordo assinado em 2013, no governo Dilma. Dos 36 modelos comprados pelo Brasil, no valor atualizado de R$ 24,4 milhões, 15 serão produzidos na cidade paulista de Gavião Paulista, onde fica fábrica da Embraer. A previsão é de que o avião estará em operação no segundo semestre de 2021.
De acordo com a Saab e a FAB, a apresentação da aeronave só deve ser realizada oficialmente em 23 de outubro, em Brasília, no Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira.
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