Sputnik
"Uma guerra de grande escala no Cáucaso do Sul, da qual estamos à beira, pode ter as consequências mais imprevisíveis e ir além das fronteiras da região, ganhando dimensão, ameaçando a segurança internacional e a estabilidade", afirmou Pashinyan em um vídeo direcionado a seus compatriotas.
De acordo com ele, o Exército de Defesa de Karabakh está combatendo e cumprindo com dignidade as tarefas das quais foi incumbido.
"O povo armênio está pronto para uma guerra, pois sempre soube que a armeniofobia, a hostilidade e o ódio disseminados pelo Azerbaijão não poderiam ter levado a resultados diferentes [...] A Armênia é um garante da segurança e da independência de Artsaque [designação arménia de Nagorno-Karabakh]. A Armênia, com o potencial de seu povo e de seu sistema público vai utilizar todos os seus recursos para proteger as fronteiras da pátria", disse o premiê.
Pashinyan adicionou que Erevan vai usar todas as alavancas diplomáticas, militares e políticas para forçar o Azerbaijão a cessar as ações militares, "forçar o adversário à paz".
"Estamos conscientes de que as ações militares podem alastrar para o território armênio, desestabilizar a situação e portanto, declaramos a lei marcial e a mobilização [...] A justiça está do nosso lado, este atentado criminoso terá novamente um digno golpe de resposta".
Escalada de tensões antiga
Neste domingo (27) de manhã, o Ministério da Defesa do Azerbaijão afirmou que a Força Aérea da Armênia abriu fogo contra assentamentos ao longo da linha de contato na zona de Nagorno-Karabakh, provocando mortos e feridos.
De acordo com o Ministério da Defesa da Armênia, Nagorno-Karabakh foi atingida "por ataques aéreos e de mísseis". Erevan afirmou que Baku "começou uma ofensiva" contra a zona disputada.
A república não reconhecida de Nagorno-Karabakh confirmou que vários assentamentos foram atingidos por fogo de artilharia.
A Armênia declarou a lei marcial e a mobilização geral. Por sua vez, Baku descartou a necessidade de mobilização, afirmando que o Exército já está preparado para combate.
O conflito em Nagorno-Karabakh teve seu início em fevereiro de 1998, quando a região autônoma de Karabakh anunciou a saída da República Socialista Soviética do Azerbaijão.
No decorrer do conflito militar dos anos 1992-1994, o Azerbaijão perdeu o controle sobre Nagorno-Karabakh e sete regiões adjacentes. Desde 1992, os dois lados têm realizado negociações sobre a regularização pacífica do conflito. O Azerbaijão insiste em manter seu território, enquanto a Armênia protege os interesses da república não reconhecida.