France Presse
"As janelas de diálogo entre Grécia e Turquia devem permanecer bem abertas e não fechadas", afirmou em Berlim o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, pouco antes de viajar para Atenas, que visitará pela segunda vez em menos de um mês. Depois ele seguirá para Ancara.
O ministro grego das Relações Exteriores, Nikos Dendias, e o chefe da diplomacia da Alemanha, Heiko Maas (E), em Atenas © STR |
"Ao invés de novas provocações, precisamos de maneira definitiva de medidas de distensão e iniciar discussões diretas", completou o ministro, enquanto as demonstrações de força de Ancara aumentam em uma área disputada e rica em combustíveis.
A Alemanha, que ocupa a presidência semestral do Conselho da União Europeia (UE), considera que o problema entre Turquia e Grécia, ambos países membros da Otan, "apenas provoca prejuízos a todos, mas em particular aos diretamente envolvidos no assunto", disse Maas.
O chefe da diplomacia alemã se reuniu com o colega grego, Nikos Diendas, e com o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis. Todos insistiram na "necessidade de uma desescalada".
"A iniciativa da Alemanha acontece de maneira positiva neste sentido", afirma um comunicado divulgado pelo governo alemão.
Mass também se reunirá em Ancara com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu.
A UE, por meio do chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, pediu a Ancara que interrompa "imediatamente" a busca por reservas de gás no Mediterrâneo e prevê abordar o tema, que afeta diretamente Grécia e Chipre - membros do bloco - em 27 e 28 de agosto em Berlim.
Por temer ficar de fora da divisão das grandes reservas de gás natural da região, Ancara envio em 10 de agosto navios a uma zona reclamada pela Grécia, o que provocou tensões com Atenas e preocupação na Europa.
Um sinal de que a crise não terminou foi o anúncio do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, animado com a descoberta de uma grande reserva de gás no Mar Negro, na sexta-feira de que seu país aceleraria as prospecções no Mediterrâneo oriental.
No domingo, Ancara decidiu prolongar a presença do navio sísmico "Oruç Reis" na região por mais quatro dias, até 27 de agosto.
Ancara e Atenas anunciaram que a partir desta terça-feira pretendem realizar manobras militares no Mediterrâneo oriental.