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Javaan Chahl, cientista da Universidade do Sul da Austrália, relatou em declarações ao jornal The Conversation avanços na criação de drones com voo semelhante ao de pássaros, ou ornitópteros.
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Contrários aos drones convencionais, que usam hélices e asas estáticas, os ornitópteros batem com as asas para gerar impulso de voo, podendo planar, pairar e realizar acrobacias aéreas. Eles podem decolar e pousar lentamente em espaços apertados, e também podem subir rapidamente como um pássaro.
Os ornitópteros já existem comercialmente, mas os modelos existentes voam lentamente e não são capazes de atingir a velocidade e a potência necessárias para acrobacia vertical ou uma pausa prolongada. Além disso, são construídos para voarem apenas para a frente.
Segundo a equipe liderada por Chahl, "nossos ornitópteros fazem uso do efeito 'bater e lançar'. Os dois pares de asas se abrem de tal forma que se encontram, como mãos batendo palmas. Isto faz com que o impulso extra seja suficiente para levantar o peso de seu corpo ao pairar".
Javaan Chahl espera que os ornitópteros atinjam eficiência semelhante ao das aeronaves movidas a hélice.
"Melhoramos a eficiência ajustando a dobradiça da asa/corpo para armazenar e recuperar a energia da asa em movimento quando as asas mudam de direção, como uma mola. Também descobrimos que a maior parte da perda de energia aconteceu porque as engrenagens flexionavam sob a carga de dirigir a asa. Resolvemos isso com rolamentos minúsculos e reajustando os eixos na transmissão para manter as engrenagens espaçadas corretamente", explica.
O batimento das asas tem sido usado e aperfeiçoado pela natureza ao longo de milhões de anos, criando uma forma eficaz de deslocar pássaros e insetos de forma rápida e eficiente, pelo que os desafios na construção de ornitópteros são grandes.
Em contraste, o uso e a testagem de máquinas de voo têm sido limitados aos últimos 200 anos.
"Agora estamos trabalhando para utilizar projetos de asas copiados da natureza", aponta o cientista.
Chahl também faz parte de um projeto científico com pesquisadores de Singapura, China e Taiwan, liderado pelo dr. Yao-Wei Chin, da Universidade Tecnológica de Nanyang, Singapura, para criar um ornitóptero, tendo publicado um estudo no jornal Science Robotics na quarta-feira (22).