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"O engajamento histórico entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte criou uma oportunidade única de geração para encerrar formalmente esta guerra", disse a deputada democrata Ro Khanna, membro do Comitê de Serviços Armados da Câmara, em um comunicado. "O presidente Trump não deve desperdiçar essa rara chance de paz. Ele deve trabalhar de mãos dadas com o nosso aliado, o presidente sul-coreano Moon Jae-in para encerrar a guerra e avançar para a desnuclearização da península."
© AFP 2020 / SAUL LOEB |
A medida acontece apenas algumas horas antes de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontrar com o líder norte-coreano Kim Jong-un, em Hanói, no Vietnã, para uma segunda rodada de negociações sobre a desnuclearização da península coreana.
O progresso após a primeira reunião, em 12 de junho do ano passado, foi interrompido quando os EUA se recusaram a remover sanções econômicas contra a República Popular Democrática da Coreia (RPDC, nome oficial da Coreia do Norte) antes do país promover a "desnuclearização verificada" da península, como definiu o secretário de Estado, Mike Pompeo. Pyongyang se recusou a fazer mais esforços para diminuir a capacidade de construir armas nucleares até que houvesse alguma reciprocidade de Washington.
Embora o conflito entre os EUA e a Coreia do Sul, de um lado, e a RPDC e a China, de outro, tenha terminado em 1953, nenhum tratado formal de paz jamais foi assinado, o que os países continuam em guerra. Pyongyang e Seul chegaram a uma declaração histórica quanto ao fim de guerra em setembro passado, em meio a uma melhora sem precedentes das relações entre os dois países.
Trump ponderou na época que um movimento similar dos EUA poderia acontecer. Porém, aproximadamente 28 mil soldados dos EUA permanecem estacionados na Coreia do Sul na eminência de um conflito subsequente.
"A resolução esclarece que acabar com a guerra não exige a retirada das tropas norte-americanas da Coreia ou a aceitação da Coreia do Norte como potência nuclear legítima", disse Khanna. "A resolução pede que o governo continue com a repatriação dos restos mortais de soldados, amplie a cooperação para conseguir reunir de famílias divididas entre coreanos e facilite intercâmbios interpessoais e cooperação humanitária."
Os EUA perderam 54 mil soldados na guerra que impediu Pyongyang de conquistar o sul da Península. No entanto, o conflito deu cabo na vida de mais de 2,5 milhões de coreanos, segundo dados do Ministério da Defesa Nacional sul-coreano.
Após o anúncio do representante Kevin Martin, presidente de Ação para a Paz e coordenador da Rede Coreana pela Paz, divulgou uma declaração dizendo que "o projeto de lei oferece uma visão de senso comum para alcançar a paz e promover o desarmamento nuclear na Península Coreana. Com a apresentação atempada às vésperas da segunda reunião de cúpula entre o Presidente Trump e Kim Jong-un, o texto oferece um plano para a diplomacia que reconhece, com razão, que não se pode avançar de verdade nas negociações sem medidas recíprocas de construção da confiança por todas as partes à mesa [de negociações]".
O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter também endossou a iniciativa, dizendo em um comunicado que o fim da guerra "é a única maneira de garantir a segurança do povo coreano e americano e criará condições para aliviar o sofrimento dos norte-coreanos comuns mais prejudicados por tensões contínuas", relatou o The Hill.