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A Rússia e a China, duas das cinco nações permanentes que gozam de poder de veto no Conselho de Segurança, querem que o embargo da ONU à venda de armas convencionais ao Irã termine em 18 de outubro, conforme estabelecido na resolução de 2015.
Mike Pompeo © REUTERS / Manuel Balce Ceneta |
Pompeo disse ao Comitê de Relações Exteriores do Senado que os Estados Unidos introduziriam uma resolução para estender o embargo "em um futuro próximo" que "esperamos que seja recebido com a aprovação de outros membros do P5".
"Caso isso não aconteça, tomaremos as medidas necessárias para garantir que esse embargo de armas não expire", ameaçou ele.
Os Estados Unidos afirmaram anteriormente que têm autoridade para "reverter" as sanções econômicas da ONU que foram levantadas como parte de um acordo nuclear com o Irã.
"Temos a capacidade de executar uma reversão e vamos usá-la de uma maneira que proteja e defenda a América", explicou Pompeo ao comitê.
A resolução de 2015 abençoou um acordo de desnuclearização com o Irã negociado pelo ex-presidente Barack Obama, do qual o presidente Donald Trump retirou-se em 2018.
Desde então, Trump criticou repetidamente o acordo e impôs sanções unilaterais dos EUA ao Irã, mas Pompeo argumenta que os Estados Unidos continuam sendo um "participante" do acordo - com o direito de reverter as sanções da ONU por violações - conforme listado na resolução de 2015.
Até os aliados dos EUA são céticos quanto ao argumento legal e alertam que tal medida poderia prejudicar o Conselho de Segurança da ONU como instituição.
França e Reino Unido, as outras nações do P5, apoiam a extensão do embargo de armas, mas dizem que a maior prioridade é manter uma solução diplomática para interromper o programa nuclear do Irã.
A questão do embargo pode vir à tona semanas antes da eleição presidencial nos EUA, que acontece em novembro. O rival de Trump, o democrata Joe Biden, apoia o acordo com o Irã.