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Nos últimos meses, a China tem se recusado a discutir o Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START III), argumentando que tem apenas uma fração dos arsenais nucleares dos EUA e da Rússia.
Embaixador chinês na Rússia, Zhang Hanhui, ao lado do presidente russo Vladimir Putin e do chanceler russo Sergei Lavrov © AP PHOTO / ALEKSEY NIKOLSKYI / KREMLIN POOL PHOTO |
"Os EUA fizeram repetidamente propostas sobre controle de armas para China, Rússia e EUA e promoveram o 'fator China' para distrair a atenção internacional, buscando justificar sua retirada do Novo Tratado Estratégico de Redução de Armas EUA-Rússia e procurando 'libertar-se' e conquistar vantagem estratégica absoluta. China e Rússia veem isso muito claramente", comentou Zhang à Sputnik.
O embaixador chinês reiterou a oposição consistente de Pequim à participação nas negociações nucleares trilaterais propostas pelos EUA, clarificando, no entanto, que isso não representa um boicote à campanha global de desarmamento.
"A recusa da China em participar de negociações trilaterais de controle de armas não significa que a China se recuse a participar dos esforços internacionais de desarmamento nuclear", garantiu o diplomata.
Impasse nuclear
Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, discutiram o futuro do START III por telefone. De acordo com o vice-secretário de imprensa da Casa Branca, Judd Deere, durante a conversa, Trump reiterou sua esperança de evitar uma corrida armamentista entre os três países e ansiava por avançar nas negociações de controle de armas em Viena, que começou na terça-feira (21). China foi convidada para as conversações, mas não enviou delegação.
As negociações ocorrem menos de um ano antes do vencimento do último acordo de controle de armas nucleares entre EUA e Rússia. O Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário EUA-Rússia (INF, na sigla em inglês), que vetava mísseis lançados em terra com capacidade nuclear e com alcance entre 500 km e 5.500 km, terminou no ano passado, depois que os EUA se retiraram, argumentando temores de que o acordo minasse seus interesses de segurança nacional.