Por Rafael Romer | Poder Aéreo
O Exército Brasileiro planeja produzir e lançar um jogo de videogame até 2021 com o objetivo de “criar impressões positivas” sobre as instituição junto à sociedade brasileira, principalmente nas faixas etárias de 16 a 24 anos.
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Apelidado de projeto Missão Verde-Oliva, a iniciativa foi descrita na portaria nº 110 do Estado Maior do Exército (EME), aprovada em abril e publicada na edição de 10 de junho do Boletim do Exército. O documento está disponível nesta página.
A portaria determina a criação de um grupo para a iniciação e estudo de viabilidade do projeto e lista uma série de objetivos e diretrizes para produção do jogo.
De acordo com a portaria, a intenção é o desenvolvimento de um jogo de tiro em primeira pessoa em que jogadores acompanhem combatentes brasileiros em um cenário de guerra contra um país fictício, sem “correspondência com nenhum país real”.
Para evitar “desdobramentos ligados ao atual contexto político” e para que “possa utilizar os Programas Estratégicos de forma mais intensa”, o jogo deverá ser ambientado em 2025.
A portaria estabelece ainda uma série de restrições que tenham o potencial de “gerar desgaste da imagem ou crise institucional”. Entre as regras estão a decisão de que o game não deverá “mostrar sangue em demasia para evitar a ideia de violência exagerada” e que “deverá mostrar combate urbano, mas não em áreas de comunidades em situação de fragilidade social”. Jogadores também só poderão jogar como militares do Exército, nunca como o invasor.
O projeto Missão Verde-Oliva cita uma série de inspirações para a iniciativa, incluindo o simulador militar ARMA 3 e America’s Army: Proving Grounds, jogo que pertence à uma série desenvolvida pelo exército dos Estados Unidos que tem objetivos semelhantes. Jogos como Counter-Strike, Fortnite e Rainbow Six também são citados como referências para a desenvolvedora antes de conceber o projeto.
“O game America’s Army Proving Grounds, do Exército dos Estados Unidos da América (EUA) conta com 9 anos de existência e está na sua terceira versão. De acordo com estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT), realizado em 2008, 30% de todos os norte-americanos de 16 a 24 anos tiveram uma impressão mais positiva do Exército por causa do jogo, que teve mais impacto em recrutas do Exército do que todas as outras formas de divulgação combinadas”, cita o documento.
A ideia é que o jogo foque no realismo, retratando equipamentos e divisões reais do Exército Brasileiro e trazendo elementos não só de combate, mas também em “ações mão amiga” da instituição.
Citando limitações de alcance da comunicação da instituição através de canais como a televisão e redes sociais, o órgão vê um jogo como uma alternativa para ampliar o alcance da sua comunicação social.
“Embora a Instituição tenha capilaridade em todo o território nacional, com uma influência marcante no cotidiano de inúmeras localidades e apresentar índices de confiança altíssimos, as atividades desempenhadas pelo Exército e as características da vida militar ainda não são muito conhecidas pelos brasileiros”, justifica o Estado Maior do Exército no projeto.
“Um game desenvolvido para o Exército Brasileiro contribuirá para a preservação da coesão e da unidade nacional (objetivo nº 3 da Estratégia Nacional de Defesa), pois algumas das premissas do game estabelecem que a ambientação das missões devem representar características do território nacional e os avatares deverão representar a composição da sociedade brasileira”, descreve o documento.
“O game pode ainda conscientizar a sociedade brasileira da importância dos assuntos de defesa do País (objetivo nº 8 da Estratégia Nacional de Defesa) ao divulgar possíveis missões do Exército Brasileiro em tempo de guerra, como a defesa de instalações estratégicas”, continua.
O estudo de viabilidade do projeto terá prazo de realização de três meses, a partir da publicação da portaria.
FONTE: The Enemy / IMAGENS: Brazilian Defence Forces (BDF) no ARMA 3