A declaração do chanceler iraniano vem após o aumento de tensões no golfo Pérsico, alimentadas pelas manobras militares dos EUA e seus aliados na região, ameaçando Teerã.
Sputnik
As forças dos EUA provocaram marinheiros iranianos no golfo Pérsico e não tem motivo para estarem presentes a sete mil milhas (11,3 mil quilômetros) longe de casa, escreveu Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores do Irã. Em um tweet, o ministro exortou o presidente norte-americano a focar nas necessidades dos EUA em meio à pandemia do coronavírus, ao invés de se intrometer nas questões do golfo Pérsico.
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Irã repetidamente condenou a presença dos EUA na região, considerando-a "ilegal", além de ter demonstrado intenção de fortalecer suas defesas.
"Nós ordenamos a nossas forças navais que ataquem embarcações e tropas militares norte-americanas se navios ou tropas da Marinha terrorista dos Estados Unidos ameaçarem a segurança de embarcações civis ou militares", declarou Hossein Salami, comandante do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica ao canal IRINN.
O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica anunciou que ocorreram dois episódios de provocações de interceptações realizadas por navios norte-americanos, em 6 e 7 de abril, contra embarcações iranianas. Para o Irã, a versão apresentada por Washington é "hollywoodiana".
O recente aumento das tensões entre os dois países se sucedeu após a Marinha dos EUA ter acusado forças iranianas de comportamento "perigoso e perturbador" contra grandes embarcações norte-americanas durante exercícios.
Os Estados Unidos têm conduzido manobras no golfo Pérsico desde março, com o navio anfíbio de assalto USS Bataan e outras embarcações enviadas à região no começo de abril.
Na quarta-feira (22), o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou ter instruído a Marinha dos EUA a "atacar e destruir" quaisquer embarcações iranianas que se aproximarem ou hostilizarem navios de guerra estadunidenses no golfo Pérsico.