As duas primeiras aeronaves F-35 chegaram recentemente à Base Aérea de Eielson, no estado do Alasca, depois de incidentes com aviões russos que os EUA alegaram anteriormente serem "testes" da Rússia.
Sputnik
Localizada no centro do Alasca, logo ao sul da cidade de Fairbanks, a Base da Força Aérea de Eielson recebeu suas duas primeiras aeronaves furtivas F-35A Lightning II na terça-feira (21), anunciou a Força Aérea dos EUA em um comunicado de imprensa. A base vai abrigar 54 dos caças furtivos até o final do ano.
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Eielson também abriga o Complexo de Alcance Conjunto de Alasca e Pacífico (JPARC, na sigla em inglês), uma grande área de treinamento para pilotos, e aviões F-22 Raptor, caças furtivos construídos pela Lockheed Martin, tal como os F-35, estão estacionados na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, 400 quilômetros ao sul.
Devido às exigências extremas impostas aos aviões notoriamente temperamentais pelo clima rigoroso, os F-35 e seus pilotos exigiram preparativos especiais para voar e pousar em condições de gelo antes de poderem ser implantados no Alasca.
O coronel Benjamin Bishop, que comanda a 354ª Ala de Caças em Eielson, observou que com os F-22 e o JPARC prontamente à mão, bem como esquadrões de treinamento agressores especialmente treinados, "você tem o campo de treinamento perfeito para que o F-35 se desenvolva".
Embora a implantação dos F-35 em Eielson seja esperada desde 2016, sua chegada vem em meio a uma tensão renovada na região, depois de declarações acesas por causa de várias interceptações de aeronaves de patrulhamento marítimo russas.
Ação na região
Em 14 de março, dois aviões de patrulha marítima Tu-142 foram interceptados por caças F-22 sobre águas internacionais nos mares de Chukotsk (Extremo Oriente russo) e de Beaufort (norte do Alasca e Canadá).
Mais tarde, em 9 de abril, dois aviões de patrulha marítima Il-38 foram interceptados por aeronaves F-22 sobre águas internacionais no mar de Bering, que separa o Alasca do Extremo Oriente russo.
Os incidentes levaram as autoridades de defesa dos EUA e a mídia a alegar que a Rússia estava testando as defesas dos EUA.
O general Billy Mitchell, que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do poder aéreo dos EUA, uma vez disse que "quem segurar o Alasca segurará o mundo", defendendo a construção de aeródromos em toda a região.
Após a Segunda Guerra Mundial, o Alasca serviu de fronteira para a defesa estratégica norte-americana contra ataques de mísseis e bombardeiros dirigidos para a porção continental dos EUA.
Os bombardeiros e mísseis balísticos que busquem realizar ataques nucleares contra alvos no Canadá ou nos 48 estados dos EUA mais ao sul são mais propensos a sobrevoar ou se aproximar do Polo Norte, quer voem da Rússia, da Coreia do Norte ou da China.
Como consequência, os EUA colocaram alguns de seus mais avançados esquadrões de caças na remota tundra do Alasca, bem como radares poderosos como o Radar de Discriminação de Longo Alcance (LRDR, na sigla em inglês) e os interceptadores a meio curso de mísseis balísticos de baseamento terrestre suportados pelo mesmo.