Após interceptar dois barcos iranianos no mar da Arábia, Pentágono alega ter encontrado mísseis antiaéreos de fabricação iraniana que colocariam em risco atividades da aviação dos EUA no Iêmen.
Sputnik
Nesta quarta-feira (20), funcionários do Pentágono anunciaram que o Irã produziu um novo tipo de míssil antiaéreo, que estaria sendo fornecido para seus aliados houthi no Iêmen. As armas teriam sido encontradas em dois pequenos barcos a motor interceptados pelos EUA no mar da Arábia.
Drone kamikaze ZALA Lancet durante apresentação anual do cosórcio russo Kalashnikov na capital russa de Moscou © SPUTNIK / ALEKSEI PANSHIN |
Durante a coletiva de imprensa, o porta-voz do Comando Central dos EUA, capitão Bill Urban, não forneceu detalhes acerca do funcionamento da arma.
Mas fonte ouvida pelo The New York Times teria descrito as armas como mísseis de cruzeiro capazes de derrubar helicópteros militares e aeronaves multifunção Bell Boeing MV-22 Osprey.
A arma, conhecida como míssil 358, é constituída por três partes: dois motores e uma ogiva explosiva. Após o disparo, quando o míssil atinge velocidade suficiente, o motor de propulsão a combustível sólido cai e um motor de cruzeiro assume o controle. Nesta etapa, a arma realiza voo em trajetória similar ao formato do número oito à procura de alvos.
Armas como essa, também referidas como munições vagantes, são bastante incomuns. Israel tem similares, como o míssil vagante Harpy, que aponta às transmissões eletrônicas do inimigo. Algumas empresas produzem também os chamados drones-suicidas, como ZALA Lancet, da russa Kalashnikov, ou o Switchblade, usado pelas forças de operações especiais norte-americanas.
O míssil 358 teria pouco menos de 3 metros de comprimento e poderia utilizar como combustível tanto diesel quanto querosene, que são armazenados em tanques flexíveis que não demandam o uso de uma bomba de combustível.
Dezena de lentes infravermelhas dispostas em formato de anel ao redor do míssil poderiam ter o objetivo de rechaçar contramedidas térmicas, como as utilizadas por helicópteros da coalizão no Iêmen.
Outra fonte ouvida pelo jornal teria dito que esses mísseis já teriam sido lançados contra drones dos EUA no Iêmen, sem ainda terem atingido o alvo com sucesso.
Três mísseis 358 foram capturados pelos EUA em novembro, e outros cinco neste mês de fevereiro, em operações realizadas pelo destróier Forrest Sherman e pelo cruzador Normandy.
Esses carregamentos também incluíam mais de 170 mísseis guiados antitanque fabricados no Irã, além de 13.000 detonadores, essenciais para a fabricação de modernas bombas de beira da estrada.
As armas teriam sido encontradas em pequenos barcos a motor que na região são chamados de dhows. O capitão Urban alega que os marinheiros a bordo das embarcações foram submetidos a interrogatório e entregues à Guarda Costeira do Iêmen.
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