A revista norte-americana The National Interest avaliou as possibilidades de um confronto entre os EUA e a Rússia na província de Idlib, na Síria, realizando os mais obscuros "pesadelos da Guerra Fria".
Sputnik
A situação na província de Idlib atingiu níveis de tensão preocupantes nesta quinta-feira (20), quando dois soldados turcos morreram em confrontos com as Forças Armadas sírias, apoiadas por Moscou.
© flickr.com / U.S. Army / Venessa Hernandez |
Bashar Assad conduz uma operação para retomar na província de Idlib as rodovias M4 e M5, que ligam as duas maiores cidades da Síria, Aleppo e Damasco.
Os Estados Unidos, que mantêm forças na região leste da Síria e são um aliado da Turquia no âmbito da OTAN, estão avaliando qual deve ser o seu papel nesse arriscado teatro de guerra.
Após os incidentes desta quinta-feira (20), a Turquia solicitou aos EUA que realizasse patrulhas aéreas e mobilizasse seu sistema de defesa antiaérea para deter a Rússia.
"A OTAN nunca viu combates dessa intensidade tão próximo da fronteira de um Estado membro", disse o último embaixador dos EUA na Síria, Robert Ford, em coletiva de imprensa.
A revista reporta que existem divisões dentro do governo dos EUA acerca do tipo de apoio que os norte-americanos devem fornecer à Síria. Se, por um lado, o Departamento de Estado, manifesta apoio total à Turquia, o Departamento de Defesa deseja manter o foco na região leste do país.
A coalizão liderada pelos EUA "está focada em derrotar o Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e demais países] na região leste da Síria", disse o porta-voz da coalizão, coronel Myles Caggins, à Sky News.
O coronel descreveu Idlib como um "imã para grupos terroristas", que são um "incômodo, um perigo e uma ameaça à população civil".
O porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, pediu uma desescalada dos confrontos.
"Estamos vendo que os russos e os turcos se aproximaram muito de um conflito mais extenso na área. Esperamos que eles encontrem uma solução para evitar isso", disse Hoffman.
O Departamento de Estado tem sido mais incisivo nas suas declarações de apoio à Turquia.
"Estamos do lado do nosso aliado da OTAN, a Turquia [...] e apoiamos totalmente suas ações justificadas de autodefesa", disse o secretário de Estado, Mike Pompeo, após os incidentes de quinta-feira.
O representante especial dos EUA para assuntos sírios, embaixador James Jeffrey, acredita que Rússia, Síria e Irã só irão para a mesa de negociações "quando perceberem que não farão mais nenhum avanço [militar] sem entrar em conflito conosco [...] ou com a Força Aérea de Israel, ou com a Turquia", declarou.
Robert Ford concorda com a necessidade de agir de maneira mais incisiva em favor da Turquia e propôs o "estabelecimento de uma zona de segurança para civis no lado sírio da fronteira entre Síria e Turquia".
"Os turcos podem ajudar com essa zona de segurança a partir de dentro da Turquia, mas como eles estão lidando com a Rússia, vão precisar de ajuda dos EUA", disse Ford.
Ford teria enfatizado à revista norte-americana que ele não está propondo a colocação de tropas dos EUA no território sírio em si, acrescentando que uma incursão em Idlib com "patrulhas aéreas de combate" significariam um "cenário de 3ª Guerra Mundial".
Nesta quinta-feira (20), forças turcas romperam a linha de defesa das Forças Armadas sírias na província de Idlib. A Rússia declarou ter usado caças-bombardeiros Su-24 para auxiliar a Síria a repelir o ataque.
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