Militares dos EUA confirmam que dez foguetes atingiram a base de Ayn al-Asad, no Oeste do Iraque; Guarda Revolucionária diz que lançou 'dezenas de mísseis'
O Globo e agências internacionais
BAGDÁ — A base americana de Ayn al-Asad, no Oeste do Iraque, é alvo de uma série de ataques aéreos assumidos pela Guarda Revolucionária do Irã na noite desta terça-feira. Segundo relatos de testemunhas, entre 6 e 30 projéteis atingiram o local, que abriga um considerável contingente militar dos EUA — a rede de TV CNN diz que 10 foguetes caíram na base, citando fontes do Pentágono. Ainda há relatos sobre danos ou vítimas. A Casa Branca diz que está monitorando a situação e que o presidente Donald Trump está reunido com sua equipe de segurança nacional. Outras instalações militares usadas pela coalizão também teriam sido atingidas. Em Erbil, no Curdistão iraquiano, testemunhas dizem ter ouvido pelo menos uma grande explosão. A agência de notícias iraniana Tasnim afirmou que uma segunda onda de ataques foi lançada.
Manifestantes protestam em Teerã, no Irã, contra a morte do general Qassem Soleimani em um ataque americano em Bagdá, no Iraque — Foto: West Asia News Agency/Nazanin Tabatabaee via Reuters |
Pouco depois dos primeiros relatos sobre o ataque, surgiram vídeos do que seriam mísseis terra-terra lançados do território iraniano — em comunicado, a Guarda Revolucionária disse que foram lançados "dezenas" de mísseis, sem dar detalhes de qual tipo eles seriam. A organização ainda faz um alerta, dizendo que "se ataques forem lançados de bases em seus países contra o Irã, eles serão alvo de uma retaliação militar". Esse trecho é visto como um alerta aos países do Golfo que abrigam bases americanas e podem servir como pontos de partida para uma eventual resposta militar. No texto, a Guarda Revolucionária diz considerar "EUA e Israel como uma só força" e defende a saída imediata das forças americanas do Oriente Médio.
A imprensa iraniana afirma que se trata da retaliação à morte do general Qassem Soleimani, assassinado em um ataque americano em Bagdá na sexta-feira passada, e diz que a operação recebeu o nome de "Operação Mártir Soleimani", sendo iniciada exatamente no horário em que o ex-chefe da Força Quds foi morto, 01:20 pelo horário local. Milícias iraquianas pró-Irã também teriam se juntado ao ataque, lançando foguetes de curto alcance, segundo testemunhas. Canais em redes sociais ligados ao grupo libanês Hezbollah, aliado de Teerã, publicaram mensagens dizendo que "a vingança começou".
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