Teerã garantiu que se vingará pelo assassinato de Qassem Soleimani, que era comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária e um dos mais proeminentes líderes militares do Irã, morto na sexta-feira (3) em um ataque norte-americano.
Sputnik
A fúria iraniana não é direcionada somente a Washington, que realizou o ataque ocasionador da morte do general iraniano, mas também a Israel. O governo iraniano acredita que o Estado judaico auxiliou os norte-americanos na operação.
Veículo militar com as bandeiras da Síria e do Hezbollah © REUTERS / OMAR SANADIKI |
Ainda que as reações sejam desconhecidas, Israel está se preparando para todos os possíveis cenários, incluindo o fortalecimento da segurança em suas embaixadas, além de colocar seus distritos militares no norte do país em alerta.
Pronto desde 1948
Yossi Peled, ex-chefe do Comando do Norte das Forças de Defesa de Israel, afirma que seu país é obrigado a estar sempre pronto.
"Vivemos em uma região imprevisível. Então, sempre estamos em alerta, sempre com os olhos bem abertos e sensíveis para o que ocorre em torno de nós. Não temos o privilégio de agir de outra forma", especificou.
Israel possui todos os motivos para se preocupar. Enquanto no sul o Estado judaico combate milícias do Hamas, que desafiam o país desde os anos 2000, no norte, o Hezbollah, movimento libanês xiita com apoio do Irã, representa uma ameaça.
O movimento xiita conta com extenso arsenal de longo alcance com capacidade de atingir qualquer cidade israelense, assim como drones e outros equipamentos militares. Além disso, o Hezbollah conta com uma rede de túneis, financiada pelo Irã, capaz de entrar em território israelense. Em 2019, as Forças de Defesa de Israel revelaram ter identificado seis destes túneis.
Uma guerra não se aproxima
No entanto, apesar das capacidades militares do movimento libanês, Peled está confiante de que o grupo não iniciará uma guerra contra Israel. Pelo menos não agora.
O ex-comandante argumenta que o movimento ainda se encontra envolvido na Guerra da Síria, com cerca de dez mil combatentes em campo para assegurar a manutenção de Assad no poder, além das sanções implementadas pelos Estados Unidos contra o movimento e a própria instabilidade política vivida no Líbano.
Portanto, o Hezbollah possui uma capacidade militar limitada para iniciar uma guerra com Israel. Porém, Peled afirma que "o Hezbollah, assim como os iranianos, gosta de servir sua vingança fria".