Documentos vazados pelo portal Wikileaks da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) afirmam que não foi usado gás cloro em ataque na cidade de Douma, na Síria, em abril de 2018.
Sputnik
O site publicou nesta sexta-feira (27) mais documentos da entidade sobre o rigor das investigações do ataque químico ocorrido na localidade síria.
Douma, Síria © AP Photo / Hassan Ammar |
Por meio do Twitter, o Wikileaks afirmou que "quatro documentos da OPAQ revelam que toxicologistas descartaram mortes por exposição ao gás cloro e um alto oficial ordenou a eliminação do relatório de engenharia do repositório de documentos internos da OPAQ".
DIVULGAÇÃO: OPAQ-Douma Documentos 4. Quatro documentos da OPAQ revelam que toxicologistas descartaram mortes por exposição ao gás cloro e um alto oficial ordenou a eliminação do relatório de engenharia do repositório de documentos internos da OPAQ (WikiLeaks)
No início deste ano, o Wikileaks publicou uma série de informes críticos sobre a investigação da OPAQ relativa a Douma, incluindo alguns sugerindo que o relatório final tinha adulterado fatos obtidos durante missões no território.
"Hoje o Wikileaks publica mais documentos internos da OPAQ relativos à investigação sobre o suposto ataque químico em Douma em abril de 2018", informou o site em sua página na Internet.
Toxicologistas descartaram relação entre sintomas e gás cloro
Pelo Twitter, o site afirmou que atas de reunião da OPAQ com toxicologistas especializados em armas químicas diz que os "especialistas foram conclusivos" de que "não houve correlação entre os sintomas" apresentados pelos moradores da área do incidente e a "exposição ao gás cloro".
Quando o incidente foi noticiado pela primeira vez, países ocidentais culparam Damasco pelo ataque. No entanto, o governo da Síria negou envolvimento, afirmando que a ação tinha sido efetuada por militantes locais e a organização Capacetes Brancos.
Um vídeo com supostas vítimas do ataque químico foi divulgado na época. Mais tarde, especialistas afirmaram que as cenas tinham sido encenadas.
Uma semana depois do incidente, sem esperar pelos resultados de uma investigação internacional, os Estados Unidos, Reino Unido e França lançaram ataques com mais de 100 mísseis contra o que chamaram de instalações de armas químicas sírias.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) visitou o local do incidente em Douma para realizar uma investigação, mas não imediatamente após o suposto ataque.
Em março de 2019, a entidade publicou um relatório afirmando que o gás cloro tinha sido o "mais provável" agente químico usado no ataque, mas não culpou nenhum lado pela ação.
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