Manifestantes e combatentes da milícia enfurecidos por ataques aéreos dos Estados Unidos no Iraque realizaram uma violenta manifestação diante da Embaixada dos EUA em Bagdá nesta terça-feira, incendiando um posto de segurança e atirando pedras enquanto as forças de segurança e os guardas da embaixada revidavam com granadas e gás lacrimogêneo.
Por Ahmed Rasheed | Reuters
BAGDÁ - Autoridades iraquianas disseram que o embaixador e outros funcionários foram evacuados, mas isso não pôde ser confirmado com autoridades norte-americanas.
Manifestantes e milicianos atearam fogo em um prédio de segurança da Embaixada dos EUA, enquanto as pessoas se reúnem para condenar ataques aéreos em bases pertencentes a Hashd al-Shaabi (forças paramilitares), em Bagdá, Iraque. 31/12/2019. REUTERS/Khalid al-Mousily |
Em Washington, o presidente dos EUA, Donald Trump, acusou o Irã de orquestrar a violência e disse que Teerã seria responsabilizada.
Os manifestantes e milicianos invadiram e queimaram um posto de segurança na entrada da embaixada dos EUA, mas não violaram o complexo principal, disseram testemunhas da Reuters.
Eles jogaram pedras no portão enquanto outros gritavam: “Não, não, América! Não, não, Trump!”.
Forças especiais iraquianas foram posicionadas em torno do portão principal para impedir que entrassem na embaixada. Mais tarde, forças antiterroristas iraquianas treinadas e equipadas pelos EUA deram um reforço mais tarde.
Fontes médicas disseram que 12 milicianos foram feridos pelo gás lacrimogêneo e granadas disparadas para dispersar a multidão.
Aviões dos EUA no domingo atacaram bases pertencentes a uma milícia apoiada pelo Irã — ação que ameaça envolver ainda mais o Iraque num conflito entre Washington e Teerã, numa época em que protestos em massa desafiam o sistema político do Iraque.
O ataque à milícia Kataib Hezbollah foi em resposta ao assassinato de um empreiteiro civil dos EUA em um ataque de foguete contra uma base militar iraquiana.
“O Irã matou um empreiteiro norte-americano, ferindo muitos. Nós respondemos fortemente, e sempre o faremos”, disse Trump no Twitter.
O Washington Post informou que, dentro da embaixada, diplomatas e funcionários dos EUA estavam amontoados em uma sala segura, de acordo com dois em contato por um aplicativo de mensagens.