EUA aprovam legislação para impor sanções a empresas e indivíduos envolvidos na construção dos novos gasodutos Nord Stream 2. As sanções podem prejudicar o fornecimento de gás natural para a União Europeia.
Sputnik
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, rejeitou os planos dos EUA de impor sanções ao gasoduto Nord Stream 2, que fornecerá gás natural para a Alemanha.
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O Comitê Econômico da Alemanha condenou as ameaças de sanções como um "insulto à soberania europeia" e "interferência inadmissível" nos assuntos internos do bloco.
"A introdução destas sanções criará pressões consideráveis nas relações transatlânticas", declarou o Comitê em comunicado.
Corrente do partido alemão A Esquerda pediu que o governo aplique retaliações, caso os Estados Unidos apliquem sanções. O partido propôs a imposição de tarifas ao gás natural liquefeito norte-americano.
"O governo deveria reagir imediatamente, usando todas as medidas diplomáticas disponíveis e medidas específicas contra a ameaça de sanções norte-americanas ao Nord Stream 2", disse o parlamentar Klaus Ernst em comunicado à imprensa.
Nesta terça-feira (10), o Congresso dos EUA acordou o orçamento de defesa para 2020, que inclui diversas medidas para "conter a Rússia", entre elas a imposição de sanções contra os gasodutos Nord Stream 2 e Corrente Turca, ambos projetados para escoar a produção russa de gás natural.
Nord Stream 2
O projeto Nord Stream 2 consiste na construção de dois gasodutos, com capacidade total de 55 bilhões de metros cúbicos de gás anuais, ligando a costa da Rússia à Alemanha através do mar Báltico. O gasoduto atravessará águas territoriais da Rússia, Finlândia, Suécia, Dinamarca e Alemanha.
A Ucrânia se opõe ao projeto, uma vez que o gás russo deixaria de passar pelo seu território. As taxas impostas ao trânsito da commodity é uma importante fonte de renda para Kiev.
Os EUA opõem-se ao projeto por terem interesse em vender gás natural liquefeito ao lucrativo mercado europeu. Washington argumenta que o gasoduto aumenta a dependência europeia da Rússia e representa uma ameaça à segurança do Velho Continente.
O presidente da câmara de comércio Rússia-Alemanha, Matthias Shepp, acredita que a questão da dependência é "argumento falacioso" dos EUA:
"Uma visão sóbria dos fatos mostra claramente que nós [a Europa] somos menos dependentes do gás russo do que os russos são dependentes das divisas que recebem pelas exportações de gás para a Europa", disse Shepp.
De acordo com o jornal alemão DW, 627 empresas estão envolvidas na construção dos gasodutos. A russa Gazprom teria garantido que seria capaz de terminar a construção do gasoduto, mesmo se as empresas europeias precisarem se retirar do projeto:
"Nós vamos completar a construção do gasoduto de uma forma ou de outra", disse um funcionário da empresa. "As sanções, se elas vierem, apenas irão atrasar a construção e torná-la mais cara. Mas não vão inviabilizá-la", declarou.
A legislação aprovada nesta quarta-feira concede ao governo de Trump 60 dias para identificar as empresas e os indivíduos que prestam esses serviços ao projeto e permite o bloqueio de suas propriedades.
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