Afetado pela falta de recursos para garantir o melhor monitoramento das fronteiras do Brasil, o Exército Brasileiro aposta na cooperação com países vizinhos para melhorar a segurança nacional, afirmou a instituição em declarações à Sputnik Brasil.
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Em entrevista ao Jornal de Brasília no mês passado, o general de divisão Ivan Ferreira Neiva Filho, chefe do Escritório de Projetos Estratégicos do Exército (EPEx), apontou dificuldades encontradas pelos militares brasileiros para garantir, da melhor forma possível, a segurança nas fronteiras do país, devido à falta de recursos disponibilizados pelo governo para tal fim.
Em entrevista ao Jornal de Brasília no mês passado, o general de divisão Ivan Ferreira Neiva Filho, chefe do Escritório de Projetos Estratégicos do Exército (EPEx), apontou dificuldades encontradas pelos militares brasileiros para garantir, da melhor forma possível, a segurança nas fronteiras do país, devido à falta de recursos disponibilizados pelo governo para tal fim.
© Sputnik / Thiago de Araújo |
De acordo com o oficial, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), elaborado em 2012 para modernizar esse setor da segurança nacional, está com grande parte de sua implementação ainda atrasada porque, até o momento, só recebeu R$ 2 bilhões dos R$ 12 bilhões previstos para o programa. Atualmente, apenas a primeira etapa do sistema está em operação.
"O Sisfron, quando foi planejado em 2012, tinha uma previsão em valores atuais de custar cerca de R$ 12 bilhões para ser instalado. A expectativa era que já tivéssemos hoje recebido cerca de R$ 10 bilhões. Recebemos R$ 2 bilhões. Com isso, o programa foi obrigado a se estender em mais nove anos para diluir o valor que falta. A nossa expectativa hoje para poder nos próximos quatro anos instalar as fases 2, 3 e 3A é de custar cerca de R$ 3 bilhões", disse o militar ao jornal.
Para contornar essa falta de investimentos no programa, o Exército Brasileiro explica que tem buscado, com o apoio do Ministério da Defesa, fontes adicionais de recursos, quer seja por meio de emendas parlamentares ou por repasses de outros Ministérios. Parte do que foi adquirido ao longo desses anos foi fruto dessas iniciativas. No entanto, os valores ainda não são suficientes.
"Uma fronteira mal vigiada pode ser um estímulo à proliferação de diversos crimes, como o descaminho, o tráfico de armas e drogas, o contrabando e até mesmo a utilização de parte do território nacional para o homizio de grupos armados que atuam em seus países de origem", declarou o serviço de comunicação dessa força armada à Sputnik Brasil.
Segundo a instituição, o Sisfron "está sendo implantado para permitir ao Estado brasileiro, representado pelas Forças Armadas e pelos órgãos de Segurança situados nas regiões de fronteira, uma melhora na vigilância e preservação da integridade de nosso país", mas "a menor disponibilidade de recursos orçamentários alocados em cada ano ocasiona um atraso nas entregas dos equipamentos e instalações a serem construídas", atrapalhando o desenvolvimento desse setor.
Devido ao atraso na implantação completa desse sistema, o Exército tem buscado aumentar a cooperação internacional para reduzir os problemas ligados a essa falta de recursos, o que pode trazer benefícios para todas as partes envolvidas.
"Estão em curso, também, tratativas com Forças Armadas de alguns países que fazem fronteira com o Brasil para se buscar soluções integradas que propiciem um melhor controle das fronteiras. Essas parcerias podem ajudar a atenuar a falta de recursos orçamentários, bem como propiciar um impulso às suas respectivas indústrias de defesa, com o aumento na escala de produção de seus equipamentos."