Cidades estão vazias e estradas foram tomadas por moradores em fuga das áreas em conflito.
France Presse
Mais de 235 mil pessoas fugiram da região de Idlib, noroeste da Síria, nas últimas duas semanas devido à intensificação dos bombardeios sírio e de sua aliada Rússia contra o último reduto rebelde, informou a ONU nesta sexta-feira (27).
Mais de 235 mil pessoas fugiram da região de Idlib, noroeste da Síria, nas últimas duas semanas devido à intensificação dos bombardeios sírio e de sua aliada Rússia contra o último reduto rebelde, informou a ONU nesta sexta-feira (27).
Imagem aérea do dia 24 de dezembro mostra famílias sírias fugindo da aldeia de Hazano, a 20 km da cidade de Idlib, em direção à fronteira da Síria com a Turquia — Foto: Aref Tammawi/AFP |
Os deslocamentos forçados, registrados entre 12 e 25 de dezembro, deixaram praticamente vazia a cidade de Maaret al Numan, cenário de violentos combates, afirma a ONU em um comunicado.
A maioria dessas pessoas fugiu para o norte – para as cidades de Ariha, Saraqeb e Idlib –, ou para campos de deslocados que já estão superlotados ao longo da fronteira com a Turquia. Outros estão se dirigindo para áreas controladas por rebeldes pró-Ancara, ao norte de Alepo, segundo a ONU.
Algumas pessoas que já haviam deixado Maaret al Numan para Saraqeb "estão fugindo novamente para o norte, antecipando uma intensificação dos combates" nesta área, segundo a mesma fonte.
Correspondentes da AFP na região de Idlib relataram longas filas de veículos repletos de pertences pessoais, muitas vezes carregados às pressas, nas estradas nos últimos dias.
O regime, que agora controla mais de 70% do território, afirmou que está determinado a recuperar Idlib.
Damasco e Moscou realizaram uma grande ofensiva no local entre abril e agosto, resultando na morte de 1 mil civis, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), causando a fuga de 400 mil pessoas, de acordo com ONU.
Quase três milhões de pessoas vivem na região de Idlib, composta por uma grande parte da província de mesmo nome e segmentos das províncias vizinhas de Alepo e Latakia. Ela é controlada por jihadistas do grupo Hayat Tahrir al-Cham (HTS).
Na terça-feira, Ancara pediu um novo cessar-fogo em Idlib.
O conflito na Síria, desencadeado em 2011 pela repressão do regime a protestos pró-democracia, deixou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.