Porta-voz das Forças Armadas iranianas avisa que um país pode não participar diretamente de uma guerra contra Irã, mas ser considerado inimigo.
Sputnik
Os EUA e o Irã trocaram repetidamente ameaças sobre consequências mortíferas em caso de hostilidades, tendo os EUA tomado a iniciativa de enviar um grupo de ataque de porta-aviões para o Oriente Médio e de criar uma coalizão de segurança marítima para proteger a navegação no golfo Pérsico, o que levou a que as tensões aumentassem para novos níveis perigosos.
Bases militares e "nenúfares" dos EUA = >800 globalmente |
O Irã tem a capacidade e a vontade de atacar todos e quaisquer territórios que abriguem os EUA ou seus aliados na região em caso de agressão contra Teerã, alertou o porta-voz das Forças Armadas, brigadeiro-general Abolfazl Shekarchi.
"Qualquer lugar e qualquer ponto territorial que abrigar os interesses dos Estados Unidos e seus aliados seria ameaçado (em caso de qualquer guerra), e a República Islâmica provou que tem capacidade de fazê-lo", disse o porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas em declarações à Agência de Notícias Fars.
"Mesmo que um país não participe diretamente de nenhuma guerra possível, mas seus territórios hospedem o inimigo, consideramos esse país como um território hostil e o trataremos como um agressor", acrescentou Shekarchi.
Enfatizando que o Irã nunca seria o instigador de uma guerra de agressão, o porta-voz também ressaltou que "se um agressor comete um erro estratégico" e começa uma guerra, "essa agressão será confrontada com a resposta mais forte e esmagadora sobre uma expansão geográfica além do que os abusadores da República Islâmica poderiam imaginar".
Shekarchi acrescentou que a ineficácia do equipamento militar dos EUA foi recentemente provada quando todos os sistemas avançados de defesa antiaérea e de radar dos EUA "falharam no seu teste de forma vergonhosa" depois de que a milícia Houthi do Iêmen lançou ataques às instalações da Saudi Aramco em setembro. Naquela época, disse o porta-voz, o mundo inteiro "percebeu a fraqueza e a humilhação [dos equipamentos dos países ocidentais] neste campo".
Esta foi a segunda vez que o brigadeiro-general Shekarchi advertiu os EUA sobre os perigos de um conflito com o Irã. Em junho, em meio a temores regionais sobre como os EUA poderiam responder à destruição de um drone de US$ 220 milhões pela defesa antiaérea iraniana no estreito de Ormuz, o porta-voz advertiu que disparar até mesmo "uma bala" contra o Irã faria com que a região "ficasse incendiada" na guerra que se seguir.
Bases dos EUA
Os Estados Unidos já têm mais de meia dúzia de bases importantes espalhadas à volta do Irã, e recentemente confirmaram planos para enviar mais 3.000 militares americanos, dois esquadrões de caças e baterias Patriot e THAAD para a Arábia Saudita após os ataques à Saudi Aramco.
As bases norte-americanas incluem a base permanente no Bahrein, que abriga a 5ª Frota da Marinha dos EUA, um posto de comando avançado do Comando Central do Exército dos EUA no Kuwait, a Base Aérea de Al Dhafra nos Emirados Árabes Unidos, que se estima conter mais de 5.000 efetivos, e a enorme Base Aérea de Al Udeid no Qatar, que abriga cerca de 10.000 militares.
Além dessas bases, os EUA têm forças especiais operando no Iêmen e na Síria e milhares de tropas no Iraque e no Afeganistão. Os EUA também têm instalações menores, conhecidas como "nenúfares" (lily pads em inglês) contendo 200 soldados ou menos e servindo como trampolins para operações militares, em países como Omã, Arábia Saudita, Turquia e Egito.
Aniversário do Cerco à Embaixada
Milhares de iranianos se reuniram em Teerã na segunda-feira (4) para comemorar o 40º aniversário da tomada da Embaixada dos EUA na capital iraniana, em 4 de novembro de 1979. A embaixada foi invadida por estudantes universitários durante a Revolução Iraniana, com 52 diplomatas americanos capturados e detidos durante 444 dias.
A crise de reféns que se seguiu foi vista como um fator chave no fracasso do presidente Jimmy Carter em garantir um segundo mandato na eleição presidencial de 1980.
As relações entre o Irã e os EUA têm permanecido geladas desde então, embora tenham aquecido temporariamente a partir de 2015, quando os dois países, juntamente com a Rússia, China, Reino Unido, França, Alemanha e UE, assinaram o acordo nuclear Plano de Ação Conjunto Global, que aliviaria as sanções ao Irã em troca do compromisso de não pesquisar tecnologia para armas nucleares. Os EUA retiraram-se unilateralmente do acordo em maio de 2018.
Para além do restabelecimento das sanções contra o Irã, os EUA, deliberada ou involuntariamente, agravaram as tensões militares após o envio de um grupo de ataque de porta-aviões para a região em maio passado.
O destacamento foi seguido por uma série de incidentes, incluindo vários ataques a petroleiros comerciais, apreensões de petroleiros "olho por olho" e a destruição de um drone espião dos EUA em junho.
Apesar das tensões, os dois países têm conseguido evitar a guerra. Após o drone ter sido abatido, o presidente Trump revelou aos repórteres que havia cancelado os ataques de "retaliação" contra vários alvos depois de descobrir que dezenas de militares iranianos seriam mortos nesses ataques dos EUA, o que ele considerou não ser "proporcional".
Os Guardas Revolucionários do Irã, por sua vez, revelaram que um avião espião dos EUA estava operando ao lado do drone quando ele foi derrubado, mas foi poupado à destruição.
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