Os EUA retomaram a vigilância dos campos petrolíferos no noroeste do país, e a Rússia também está presente, mas de uma forma diferente.
Sputnik
Militares americanos construirão duas bases militares na província síria de Deir ez-Zor, rica em petróleo, no nordeste da Síria, para controlar os campos de petróleo, informou nesta terça-feira (5) a Agência Anadolu. Segundo a fonte, o Exército dos EUA está se preparando para posicionar duas bases na região de al-Sur.
© AFP 2019 / Delil Souleiman |
Daesh e petróleo sírio
Quando o país mergulhou na guerra, os terroristas começaram a tomar o controle de vastos territórios, incluindo o centro e o nordeste do país, ricos em hidrocarbonetos, fechando e perturbando a produção e o transporte de óleo cru.
Em 2013, a produção total de petróleo do país caiu para 50.000 barris por dia. O grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e outros países) começou a estabelecer seu califado no oeste do Iraque e no norte da Síria, capturando três quartos das reservas de petróleo da República Árabe na província de Deir ez-Zor, rica em petróleo.
Em setembro de 2015, a Rússia juntou-se a Damasco na luta contra o Daesh. Devido aos ataques russos, os terroristas perderam mais de metade das receitas petrolíferas que extraíam ilegalmente em território sírio.
O lado norte-americano
Enquanto o Exército sírio se concentrou na libertação da parte ocidental do país, as Forças Democráticas Sírias lideradas pelos curdos e seus aliados dos EUA tomaram o controle da maior parte do nordeste do país, incluindo os territórios ricos em petróleo a leste do rio Eufrates.
Em 26 de outubro de 2019, os serviços secretos russos revelaram que os EUA se beneficiam do contrabando de petróleo cru sírio. Os lucros mensais deste negócio das agências federais dos EUA excedem US$ 30 milhões (R$ 120,2 milhões), disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.
De acordo com dados da inteligência, a produção de petróleo na área controlada pelos EUA "se está realizando com equipamentos fornecidos à Síria por grandes corporações ocidentais que se esquivam" às sanções de Washington.
Os interesses petrolíferos da Rússia na Síria
A Rússia também está envolvida em operações petrolíferas da Síria, mas com uma diferença importante: as empresas russas têm contratos apenas com o governo sírio reconhecido pela ONU.
Em outubro deste ano, por exemplo, a empresa russa Uraltekhnostroy, especializada na construção de refinarias e estações de bombagem, equipamentos para campos de gás e instalações de tratamento de petróleo, água e gás, informou que tenciona retomar a construção de uma instalação petrolífera no nordeste da Síria, que foi descontinuada em 2011. Além disso, a empresa ofereceu os seus serviços para restaurar as instalações petrolíferas afetadas durante a guerra na Síria.
Em 2018, o Ministério da Energia russo assinou com a Síria um roteiro para a cooperação no domínio da energia a partir de 2018. O documento prevê a restauração, modernização e construção de novas instalações de energia na Síria.
Soberania energética síria
O petróleo e o gás serão um instrumento vital para a recuperação da Síria de uma guerra devastadora. Em 2018, o presidente sírio, Bashar Assad, estimou que a reconstrução poderia custar à Síria cerca de 400 bilhões de dólares e levaria de 10 a 15 anos para ser concluída.
Sem os campos de petróleo ocupados pelos Estados Unidos, à Síria vê reduzida sua capacidade de recuperar de um conflito brutal de oito anos.
Cooktop 5 Bocas Philco Cook Chef 5 TC - à Gás Natural e GLP Tripla Chama |