A aeronave KC-46 Pegasus pode se tornar o mais avançado avião de reabastecimento da Força Aérea dos EUA, mas já enfrenta grandes problemas antes mesmo de entrar em serviço.
Sputnik
A Boeing promete que a falha, identificada durante os testes rigorosos do KC-46 e que faz com que a carga se solte e deslize, será corrigida dentro de "meses".
As travas que impedem as paletes de deslizar no compartimento de carga se desbloquearam, fazendo com que a carga ficasse solta no porão.
KC-46 Pegasus © ermaleksandr |
"O problema com as fechaduras foi identificado. Estamos trabalhando atualmente com a Boeing e seu fornecedor […] Esperamos que nossos operadores nos digam qual das soluções que foram identificadas é a que eles preferem”, disse Will Roper, secretário adjunto da Força Aérea para Aquisição, Tecnologia e Logística, segundo a Defense News.
Em setembro, quando o problema foi pela primeira vez notado durante um voo de teste e avaliação operacional no exterior, o avião foi impedido de transportar pessoas ou cargas.
De acordo com a mídia, citando fontes com conhecimento do assunto, o deslocamento livre da carga no interior da aeronave não só representaria um perigo para as pessoas e outras cargas, como também a rápida mudança de peso poderia tornar o avião "difícil, se não impossível" de controlar.
Assim como o KC-135 Stratotanker e o KC-10 Extender que o substitui, o KC-46 é derivado de um avião civil Boeing, o 767, e possui um design de carga modular baseado em paletes inseríveis. Esse rearranjo permite que o Pegasus transporte passageiros ou vários tipos de carga, além do combustível para reabastecimento em voo de outros aviões.
Série de erros
Segundo o acordo com a Força Aérea, a Boeing é responsável por cobrir os custos de conserto desta e de outras falhas.
No entanto, a falha na fixação da carga é o quarto maior problema enfrentado pelo programa Pegasus. Em março, todo o programa foi colocado em espera, enquanto um problema relativo a destroços de objetos estranhos (FOD), que faziam barulho dentro dos compartimentos fechados, era investigado.
Outros problemas incluíram uma falha no sistema de visão remota - uma câmera voltada para trás que ajuda a tripulação do Pegasus a guiar o boomer de reabastecimento do avião na direção da aeronave receptora, o que a Boeing diz que pode levar quatro anos para ser corrigido.
Em abril, a Boeing fechou um contrato de US$ 5,7 bilhões para fazer a próxima geração de aviões de reabastecimento da Força Aérea americana, entregando o primeiro avião em junho com três anos de atraso.
A Força Aérea dos EUA planeja adquirir 179 aviões Pegasus, com Israel planejando comprar mais oito e o Japão dois ou, possivelmente, quatro.