Em nova tentativa de formar uma coalizão para governar Israel, Netanyahu propõe a formação de governo de unidade nacional para anexar o Vale do rio Jordão. Se não se conseguir formar governo, a terceira eleição em menos de um ano deve ser convocada em Israel.
Sputnik
Em sua conta no Twitter, o primeiro-ministro israelense fez um novo apelo para formar um governo de coalizão nacional, com o objetivo de anexar o vale do Rio Jordão:
© REUTERS / Nir Elias |
"Convidei o [líder do partido Azul e Branco] Benny Gantz e o [dirigente do partido Yisrael Beitenu] Avignor Lieberman a formar um governo de unidade nacional que proteja Israel e anexe o Vale do Jordão", disse o primeiro-ministro.
Netanyahu vê o momento como propício à anexação, dadas as recentes declarações do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de que os assentamentos israelenses na Cisjordânia não são contrários ao direito internacional.
As declarações de Pompeo representam uma reviravolta na política norte-americana para o processo de paz no Oriente Médio.
A política de construção de assentamentos israelenses em terras destinadas à criação do Estado da Palestina é considerada ilegal por resolução do Conselho de Segurança da ONU, do qual os EUA são membro permanente com poder de veto.
Correndo contra o tempo
Nesta terça-feira (19), uma nova tentativa de negociar um governo de coalizão em Israel fracassou. O mandato para formar um novo governo expira na noite desta quarta-feira (20) e, caso as negociações não tenham sucesso, serão convocadas novas eleições.
No último pleito, realizado em setembro, o partido Azul e Branco, liderado por Benny Ganz, ganhou uma pequena maioria, ultrapassando o número de cadeiras do partido de Netanyahu. No entanto, nenhum dos líderes foi capaz de formar um governo até a manhã desta quarta-feira (20).
O ponto de discórdia entre Ganz e Netanyahu é a inclusão da bancada de parlamentares árabes na coalizão. Netanyahu não aceita dividir o poder com líderes de ascendência árabe e declarou que "não se deve formar um governo que dependa de apoiadores do terror".
O fiel da balança é o ex-ministro da Defesa de Netanyahu, Avigdor Lieberman, líder do terceiro maior partido do parlamento israelense, Yisrael Beitenu. Caso seja convocado novo processo eleitoral, será o terceiro em menos de um ano em Israel.