Pequim convocou nesta quarta-feira (20) um diplomata do alto escalão dos Estados Unidos após a adoção na terça-feira (19), pelo Senado americano, de um texto que apoia os 'direitos humanos e democracia' em Hong Kong.
RFI
Pequim convocou nesta quarta-feira (20) um diplomata do alto escalão dos Estados Unidos após a adoção na terça-feira (19), pelo Senado americano, de um texto que apoia os 'direitos humanos e democracia' em Hong Kong.
Pequim convocou nesta quarta-feira (20) um diplomata do alto escalão dos Estados Unidos após a adoção na terça-feira (19), pelo Senado americano, de um texto que apoia os 'direitos humanos e democracia' em Hong Kong.
Manifestante é transportado para receber atendimento médico após deixar o campus da Universidade Politécnica de Hong Kong, na quarta-feira (20) — Foto: Reuters/Thomas Peter |
Legisladores americanos também aprovaram uma medida que proibiria a venda de gás lacrimogêneo, balas de borracha e outros equipamentos usados pelas forças de segurança para reprimir os protestos que abalam Hong Kong há seis meses.
As câmaras agora procurarão conciliar os dois projetos de lei em uma única medida que será submetida ao Congresso e encaminhada diretamente para a assinatura do presidente Donald Trump. Pequim reagiu com irritação à decisão, advertindo que adotará represálias caso o texto seja adotado definitivamente.
O objetivo dos Estados Unidos é "apoiar os extremistas e elementos contra os chineses que estão tratando de causar estragos em Hong Kong (...) para obter seu sinistro propósito de impedir o desenvolvimento da China, aproveitando o problema de Hong Kong", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores Geng Shuang.
Nesta quarta-feira, Pequim convocou o encarregado interino da embaixada dos Estados Unidos, William Klein, com a intenção de emitir "um protesto solene" contra o texto americano. "Qualquer tentativa de minar a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong e impedir o desenvolvimento da China está condenada", disse o vice-ministro das Relações Exteriores Ma Zhaoxu, citado pela diplomacia chinesa.
A China já havia expressado sua "extrema indignação" após a adoção, em meados de outubro, de um texto semelhante na câmara baixa do Congresso americano. Por sua vez, um porta-voz da embaixada dos Estados Unidos disse à AFP que Klein havia expressado em sua convocação a "profunda preocupação" de Washington com a situação em Hong Kong.
Apoio a manifestantes de Hong Kong
"Hoje, o Senado dos Estados Unidos enviou uma mensagem clara ao povo de Hong Kong que luta por suas preciosas liberdades: nós os ouvimos, continuamos a apoiá-los e não permaneceremos sem fazer nada enquanto Pequim mina sua autonomia", disse o senador republicano Marco Rubio.
Hong Kong possui um status econômico especial que permite que o território seja isento das restrições americanas aplicáveis à China continental. O texto condicionaria a manutenção desse status especial à validação anual, pelo Departamento de Estado, de uma situação considerada adequada para o respeito dos direitos pelas autoridades de Hong Kong.
Isso incluiria um foco na "autonomia na tomada de decisões do governo com relação a direitos humanos, respeito das leis e pedidos de extradição, sufrágio universal, independência da justiça, as funções das forças policiais e de segurança, controle de exportação e cumprimento de sanções".
O texto também prevê sanções para qualquer "pessoa estrangeira" que, entre outras coisas, seja responsável pela "extradição extrajudiciária" ou que viole os direitos humanos em Hong Kong. O projeto pede ao executivo dos EUA que "desenvolva uma estratégia para proteger os americanos e outros em Hong Kong de transferências ou sequestros para a China".
O movimento de protesto em Hong Kong começou em junho, após a rejeição de um projeto de lei para permitir as extradições para a China continental. O projeto acabou suspenso, mas os manifestantes expandiram suas demandas: eles exigem agora sufrágio universal para as eleições em Hong Kong e uma investigação independente sobre a violência policial.