Manifestantes pró-democracia de Hong Kong desbloquearam parcialmente uma rodovia importante nesta sexta-feira e voltaram a interditá-la no horário de pico, expondo divisões em um movimento que não revelou uma liderança clara durante meses de tumultos muitas vezes violentos.
Por Jessie Pang e Kate Lamb | Reuters
HONG KONG - Ativistas fecharam a rodovia de Tolo nesta semana, chocando-se com a polícia e atirando destroços e coquetéis molotov na estrada que liga os Novos Territórios em grande parte rurais à península de Kowloon, no sul.
Bombeiros combatem fogo em barricada montada por manifestantes em rodovia em Hong Kong 15/11/2019 REUTERS/Thomas Peter |
Eles transformaram o campus da Universidade Chinesa ao lado e várias outras universidades em fortalezas, armazenando coquetéis molotov e arcos e flechas, em meio a alguns dos piores episódios de violência na ex-colônia britânica em décadas.
Mas muitos manifestantes deixaram a Universidade Chinesa depois que alguns permitiram a reabertura parcial da rodovia nesta sexta-feira, pegando outros de surpresa.
“Estou decepcionado com a decisão de reabrir a rodovia de Tolo, e não é nosso consenso”, disse um estudante de 18 anos que se identificou como Cheung à Reuters.
“Eu estava dormindo quando realizaram reuniões a portas fechadas. Fiquei preocupado e assustado depois que percebi o que aconteceu e muitos manifestantes haviam partido. Fiquei receoso de que a polícia invadisse novamente por tão poucas pessoas terem ficado. Alguns manifestantes vindos de fora foram longe demais.”
A maioria dos ativistas havia partido no início da noite, mas a estrada continuava fechada.
O Túnel de Travessia do Porto, situado nos arredores da Universidade Politécnica, onde manifestantes praticaram lançamentos com arcos e flechas e coquetéis molotov em uma piscina meio vazia, tampouco foi aberto.
Estudantes e manifestantes montaram barricadas em ao menos cinco campi da cidade. A polícia se manteve longe dos campi durante mais de dois dias, dizendo que os dois lados deveriam se acalmar, mas muitos observadores temem o que acontecerá se e quando os policiais entrarem.
Ativistas também lançaram tijolos na Estrada Nathan de Mong Kok, um distrito de Kowloon, um local frequente de protestos, e atearam fogo em uma barricada de rua.