A estatal russa Rosatom desclassificou a ordem altamente secreta que levou à criação do primeiro míssil de cruzeiro na União Soviética, o antecessor dos Kalibr.
Sputnik
O documento, com a data de 17 de agosto de 1955, incumbia o 52º Escritório de Projetos Experimentais de produzir, a pedido do Ministério de Defesa da União Soviética, 40 projetos para o sistema P-5, a ser instalado em um submarino.
Míssil soviético P-5 | CC BY-SA 3.0 / Leonidl / P-5 in CFAM.jpg |
O projétil do sistema P-5 se converteu no primeiro míssil de cruzeiro marítimo no mundo, com asas acionadas automaticamente após o lançamento. Até esse momento, todos os mísseis da União Soviética e dos outros países eram produzidos em partes que se juntavam; os operadores abriam as asas dos mísseis antes de lançá-los.
Um submarino podia disparar estes mísseis só quando ascendia à superfície. O míssil era lançado de um pequeno contêiner hermético. As decisões implementadas no desenho do P-5 se converteram no modelo a seguir posteriormente tanto na construção de mísseis na União Soviética como mundialmente.
Fontes próximas ao construtor russo Vladimir Chalomei revelaram que a ideia da asa com um mecanismo especial chegou ao gênio soviético depois que ele viu algo parecido na janela de um hotel. Segundo outra versão, o plano surgiu quando ele viu uma ave saindo do buraco de uma árvore.
Os mísseis de cruzeiro P-5 foram concebidos para não necessitarem de bases militares em terra para serem lançados.
O primeiro lançamento do P-5 a partir de um submarino teve lugar em novembro de 1957.
O míssil foi instalado em submarinos em 1959 e em navios de superfície em 1962. Sua ogiva podia ser tanto convencional como nuclear. Posteriormente, os mísseis de cruzeiro marítimos foram melhorados. Agora, a Marinha russa utiliza os Kalibr, cuja fama mundial chegou quando foram usados na Síria.